
Diz-se (num belo recanto do blog da Neli) que, mesmo antes de um rio cair no oceano, ele "treme de medo".
Olha para trás, tentando assenhorar-se da memória de toda a jornada que teve.
Observa os cumes das montanhas, lembra-se dos vales percorridos, do longo caminho sinuoso adivinhado através das florestas, através dos povoados — e vê à sua frente um oceano tão vasto que entrar nele nada mais parece ser do que desaparecer para sempre.
Mas não há outra maneira.
O rio não pode mais voltar.
Ninguém pode voltar.
Voltar não é possível, na existência.
Como o rio, você pode apenas ir.
O rio precisa se arriscar e entrar no oceano.
E somente quando se despeja nele é que o rio percebe que o medo desaparece, porque apenas então saberá que não se trata de, simplesmente, "sumir" no oceano.
Mas de tornar-se oceano também...
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