Deputados e MPF
pedem retirada de xisto*
Gasodutos na Pensilvânia, nos EUA, construídos para exploração de gás de xisto |
Serão leiloados 240 blocos com potencial exploratório de petróleo e gás natural. O edital da 12a Rodada de Concessão prevê o exercício das atividades de exploração convencionais que também podem evoluir para produção de recursos não convencionais, também conhecidos no Brasil como gás de xisto.
Trata-se de um gás natural encontrado em formações de folhelho — xisto — e que para ser extraído precisa que as rochas sejam fraturadas. O processo utiliza mais de 600 produtos químicos (!), areia e outros elementos pouco testados — como bário e arsênio. Além de precisar de uso intensivo de água cujo destino final, após ter entrado em contato com os químicos, ainda é desconhecido.
A Comissão pediu uma moratória de cinco anos devido aos riscos que essa técnica apresenta ao meio ambiente e para que, dessa forma, os impactos socioambientais possas ser estudados. Segundo o deputado Sarney Filho, o gás de xisto reconhecidamente produz poluição nos aquíferos e fazer um leilão sem que se tenha noção dos estudos realizados é perigoso.
O Ministério Público Federal também manifestou suas preocupações à ANP. Em parecer técnico afirmou que existem áreas a serem licitadas que atravessam reservas indígenas, áreas próximas à mananciais de água e reservas florestais. O MPF ressaltou a necessidade de que seja feita uma Avaliação Ambiental Estratégica para que sejam esclarecidos os riscos e impactos ambientais relacionados à exploração de gás de xisto.
Diante de tantas dúvidas a maior e que permanece é: diante de tantos pedidos para que a exploração de gás de xisto seja, ao menos, adiada no País, o que será que a ANP fará?
*conteúdo postado por Marina Yamaoka em www.greenpeace.org
imagem: Les Stone / Greenpeace
imagem: Les Stone / Greenpeace