Não é interessante? A vontade de comer chocolate não passa se comemos outro tipo de doce. Acho que isto acontece porque um dos componentes do chocolate — descobriu-se recentemente — age como uma espécie de serotonina, substância que nosso organismo produz em situações de extrema felicidade, como no caso do namoro e do orgasmo. Talvez por isso algumas pessoas tornam-se facilmente chocólatras, com muita razão.
A origem do chocolate, que provém do cacau, é muito polêmica e faz parte dos segredos da História. Segundo os Maias, habitantes da América Central à época dos descobrimentos, os deuses foram os primeiros a consumir chocolate — o que constituiu um incentivo para os homens seguirem o seu exemplo. Quanto à época dos primeiros usos de bebidas achocolatadas, escavações e ruínas antigas dão conta da existência deste fato desde o século VI a.C. Desde aí o mundo foi invadido por este desejo incontrolável de tomar chocolate.
Ao aportarem os espanhóis no México, o chocolate já era conhecido dos Astecas, habitantes locais, tomado frio ou quente dissolvido em leite ou água. Estes espanhóis adoraram as diversas formas da bebida (então amarga) e seus efeitos inusitados de paz, tranqüilidade e até afrodisíacos. Apressaram-se a divulgá-la na Europa, introduzindo-a primeiramente na Espanha. Teve início a conquista dos paladares pelas delícias do chocolate — agora também adoçado.
Devido aos seus muitos e agradáveis aromas, o chocolate tanto é bom puro como também combina deliciosamente com frutas e legumes. Para os mais corajosos e inovadores pode até fazer alianças sutis e prazerosas com ervas e especiarias, desde que os seus próprios agradáveis e múltiplos sabores não sejam encobertos pelos aromas e sabores fortes muito invasivos e dominantes de alguns destes aliados.
Certos fanáticos por vida saudável condenam o chocolate devido à gordura presente no cacau — justamente o que dá ao produto a sua textura característica. Porém, pesquisadores mostraram que comer chocolate não contribui para aumentar os níveis de colesterol ruim (LDL) no sangue.
Ao contrário, o chocolate apresenta níveis elevados de flavonóides e compostos fenólicos que têm efeitos anti-oxidantes benéficos e podem ajudar a diminuir os riscos de doenças coronarianas, elevando os níveis de colesterol bom (HDL). Estes flavonóides também estão contidos nos vinhos e produzem os mesmos efeitos vitalizantes.
Também parece que os chocolates contêm substâncias que estimulam a produção, no organismo humano, de um complexo químico chamado “feniletilamina”, associado ao estado de “sentir-se apaixonado(a)” — o que seria uma razoável explicação ou até justificativa do porquê sermos estimulados a consumir, a sós, uma caixa inteira de chocolates...
E assim, vamos a ele já desde o Réveillon em 2008. Viva o chocolate!
*O enogastrônomo Jorge Cals Coelho não é chocólatra, mas adora chocolate — principalmente sob algumas formas de que aprendeu a gostar no restaurante Piantela, quando viveu em Brasília (como nos “Profiteroles au Chocolat” e no “Petit Gâteau”, sobremesa do restaurante do antigo hotel Caesar Park de Fortaleza/CE) que são iguarias inigualáveis — complementando de forma divina uma boa refeição.
SAIBA MAIS
http://www.copacabanarunners.net/hdl.html
http://www.morganachocolates.com.br/curiosidades.htm
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