A dieta do câncer
A FAO-Food and Agriculture Organization of the United Nations tem proclamado em seus boletins de saúde: “O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo e, também, o terceiro do ranking em mortalidade por câncer”.
Até os anos 60, o câncer era uma doença de escassa frequência em nosso País, com cerca de 2% de óbitos. Todavia, a partir dos anos 90, sua incidência tem crescido de foma vertiginosa, em mais de 5.000%.
Causa e efeito, justo em um período de 10 anos (1976 a 1985), crescia em mais de 600% o consumo de agrotóxicos em nossas lavouras. O crescimento destes — implicado em hortaliças, frutas e gêneros alimentícios envenenados — demandou uma preocupante assiduidade da enfermidade.
Câncer e agrovenenos são números ainda crescentes, em alarmante paralelismo. Ignorantes ou indiferentes a essa assertiva, médicos e nutricionistas — estes por excelência — continuam a prescrever dietas à base de frutas e hortaliças.
Tudo bem que o façam, desde que advirtam para o consumo de vegetais saudáveis, oriundos da agricultura orgânica. Lavar frutas e verduras envenenadas em vinagre ou água corrente corrente carece de qualquer validade: eis que os modernos agrotóxicos são sistêmicos, incorporam-se à seiva das plantas.
O fato é que, em quase todas as famílias, chora-se a perda de um ou mais entes queridos, vitimados pelo câncer. Curioso é que, amiúde, o goveno enceta campanha contra o álcool e o tabagismo, mas nunca contra os agrotóxicos, embora estes vitimem gradativamente a quase totalidade da população, enquanto o álcool e o fumo resumem-se a menos de 15%.
Ocorre que as multinacionais dos agrovenenos são poderosíssimas. Tomate, batata, repolho e folhosas em geral, trigo, morango, uva, citros, melão, soja, maçã, pêra e mamão alinham-se entre as culturas mais identificadas com os agrotóxicos.
É inaceitável que pesquisadores e agrônomos, vinculados a instituições governamentais (universidadades, Embrapa, Emater etc.) continuem a pesquisar e a recomendar agrotóxicos. Por quê?
Só sei que, em represália à minha luta contra tais venenos, cassaram-me a bolsa do CNPq que eu detinha há 20 anos. Igual destino teve a minha bolsa da Funcap.
*José Júlio da Ponte é presidente da ACECI-Academia Cearense de Ciências, professor Emérito da UFC, professor Visitante da UECE, livre-Docente de Fitopatologia, membro da New York Academy of Sciences e detentor de uma Medalha de Ouro de Fitopatologia. Lançou recentemente A Manipueira em Quadrinhos, com produção de sua esposa Maria Erbene Góis da Ponte e traços de Zhelio
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15 junho 2009
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