Lamentável Congresso*
Ganhar um bom salário é bom. Ganhar um ótimo salário é ótimo. Mas muito melhor do que isso é poder determinar o valor do próprio salário: que o digam os parlamentares brasileiros que, recentemente, deram-se um estrondoso aumento.
Fizeram isso despudoradamente, com a desculpa de que eles, os senadores, o Presidente, o vice e os ministros de Estado devem ganhar o mesmo que os juízes do STF, que recebem o salário máximo do funcionalismo público.
Foi um "aumentinho bobo", de 62%, quando a inflação acumulada desde o último aumento foi de 20%. Um "aumentinho besta", que elevará seus salários de R$ 16,5 mil para R$ 26,7 mil.
Foi um "aumentinho bobo", de 62%, quando a inflação acumulada desde o último aumento foi de 20%. Um "aumentinho besta", que elevará seus salários de R$ 16,5 mil para R$ 26,7 mil.
Um "aumentinho" que causará um efeito cascata, aumentando também os salários de vereadores e deputados estaduais.
Indignação, asco e revolta — é o que nos inspiram, cada vez mais, nossos deputados e senadores.
Enquanto o salário mínimo sua e sofre para acompanhar a inflação, os parlamentares presenteiam-se com estupendos salários, zombando dos idiotas que os elegeram. Eles, que deveriam ser representantes do povo, transformaram-se em tumores malignos da sociedade.
Louve-se a esperteza de Suas Excrescências: aprovaram o aumento, sorrateiramente, pouco antes do Natal, quando a atenção do País inteiro se volta para compras, férias, viagens e réveillon.
Enquanto o salário mínimo sua e sofre para acompanhar a inflação, os parlamentares presenteiam-se com estupendos salários, zombando dos idiotas que os elegeram. Eles, que deveriam ser representantes do povo, transformaram-se em tumores malignos da sociedade.
Louve-se a esperteza de Suas Excrescências: aprovaram o aumento, sorrateiramente, pouco antes do Natal, quando a atenção do País inteiro se volta para compras, férias, viagens e réveillon.
Com isso, a partir de fevereiro um assalariado precisará de quatro anos para ganhar o que um parlamentar embolsa num único mês, e com a diferença de que este tem 14.º e 15.º salários, verbas extras a perder de vista e só trabalha três dias por semana. E ainda pode aumentar o próprio salário.
Há os que protestam, felizmente. Homenageado pelo Senado com a comenda Direitos Humanos Dom Helder Câmara, oferecida aos que se destacaram em favor dos Direitos Humanos, Dom Manuel Edmilson da Cruz, bispo de Limoeiro do Norte, no Ceará, viajou a Brasília mas recusou a homenagem.
Em discurso no Plenário da Casa, disse que o aumento era um atentado aos direitos humanos dos brasileiros. Falou por todos nós, os indignados.
O salário do tumores parlamentares é só um item. Incluindo todos os benefícios a que Suas Excrescências têm direito, cada um deles custará para nós, os eleitores idiotas, em média, R$ 140 mil mensais.
É muita grana. Daria pra comprar meio milhão de ovos. Ou para manter um bandido em um presídio de segurança máxima por 29 dias.
Tirando uma mísera parcela que realmente trabalha pelo bem-estar do povo, nossos políticos usam o mandato apenas para legislar em nome de seus interesses pessoais.
Para esses pilantras, o voto obrigatório é vantajoso, pois mantém baixo o nível médio de senso crítico do eleitorado. Se não fosse obrigatório, só fariam questão de votar os que realmente sabem da importância de seu voto.
Infelizmente, o sistema eleitoral permite também que candidatos com menos votos sejam eleitos, graças a candidatos do mesmo partido ou coligação que receberam muitos votos.
Para esses pilantras, o voto obrigatório é vantajoso, pois mantém baixo o nível médio de senso crítico do eleitorado. Se não fosse obrigatório, só fariam questão de votar os que realmente sabem da importância de seu voto.
Infelizmente, o sistema eleitoral permite também que candidatos com menos votos sejam eleitos, graças a candidatos do mesmo partido ou coligação que receberam muitos votos.
Isso faz com que o "voto de protesto" piore a situação: foi o que aconteceu com o palhaço Tiririca, que foi feito candidato somente para arrastar com ele alguns colegas menos votados.
Ao saber do aumento salarial, o palhaço mais votado do País comemorou, fazendo piada com o dinheiro alheio. Começou mal.
No site peticaopublica.com.br há um abaixo-assinado onde nós, os idiotas, podemos protestar contra o aumento. Não é isso, obviamente, que resolverá o problema, mas é o mínimo que um cidadão indignado deve fazer.
Ah, ia me esquecendo. Com o que gastamos todo mês com um desses tumores malignos de Brasília, daria para comprar 1.320 guilhotinas, tamanho grande. Bem afiadas.
LEIA MAIS
*o indignado escritor e roteirista Ricardo Kelmer mostra mais facetas de sua rotina em blogdokelmer.wordpress.com
.
Dos 318 deputados presentes à sessão de 15/dez, 35 se posicionaram contra a urgência para votar o projeto de aumento dos salários. Foram eles:
Henrique Afonso (PV-AC), Luiz Bassuma (PV-MG), Augusto Carvalho (PPS-DF), Magela (PT-DF), Capitão Assumção (PSB-ES), Lelo Coimbra (PMDB-ES), Sueli Vidigal (PDT-ES), Vander Loubet (PT-MS), Luiz Couto (PT-PB), Major Fábio (DEM-PB), Alfredo Kaefer (PSDB-PR), Assis do Couto (PT-PR), Gustavo Fruet (PSDB-PR), Marcelo Almeida (PMDB-PR), Reinhold Stephanes (PMDB-PR), Takayama (PSC-PR), Raul Jungmann (PPS-PE), Chico Alencar (PSOL-RJ), Cida Diogo (PT-RJ), Fernando Gabeira (PV-RJ), Luciana Genro (PSOL-RS), Paulo Pimenta (PT-RS), Eduardo Valverde (PT-RO), Ernandes Amorim (PTB-RO), Mauro Nazif (PSB-RO), Décio Lima (PT-SC), Dr. Talmir (PV-SP), Emanuel Fernandes (PSDB-SP), Fernando Chiarelli (PDT-SP), Ivan Valente (PSOL-SP), José C. Stangarlini (PSDB-SP), Luiza Erundina (PSB-SP), Paes de Lira (PTC-SP), Regis de Oliveira (PSC-SP) e Iran Barbosa (PT-SP).
>> Petição contra o aumento do salário de deputados e senadores – assine em www.peticaopublica.com.br
>> Assine a petiçãocontra a obrigatoriedade do voto - https://votoobrigatorionao.com.br/index.php
>> Congresso em Foco: informações sobre as atividades dos parlamentares - http://congressoemfoco.uol.com.br
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