Pesquisadores afirmam
que "fracking" pode causar
defeitos de nascença e câncer*
Um novo estudo aponta que o uso de elementos químicos perigosos na técnica mais utilizada para a exploração de gás de xisto, o chamado fracking (fraturamento da rocha), pode causar diversos efeitos negativos à saúde humana, desde infertilidade até defeitos de nascença e câncer.
Pesquisadores da Universidade de Missouri (Estados Unidos) alegam em uma publicação no periódico Endocrinology que “a rápida expansão na extração de gás natural usando-se o fraturamento hidráulico aumenta o potencial de contaminação da água de superfície e subterrânea”.
Eles explicam que centenas de produtos, contendo mais de 750 elementos químicos e outros componentes, são potencialmente usados no processo de extração, incluindo mais de 100 com efeitos conhecidos ou suspeitos sobre o sistema endócrino.
Das 39 amostras de água coletadas em uma região com intensa atividade de extração, 89%, 41%, 12% e 46% apresentaram atividades estrogênicas, anti-estrogênicas, androgênicas e anti-androgênicas, respectivamente, mais do que nas regiões com pouca atividade de fracking.
Essas substâncias, chamadas de disruptores endócrinos, interferem no sistema hormonal, que controla diversas funções corporais. A exposição aos elementos tem sido relacionada, por outros estudos, com casos de câncer, defeitos de nascença e infertilidade.
“Nos Estados Unidos, o fracking é isento da regulamentação federal que protege a qualidade da água, mas os vazamentos associados com a exploração de gás natural podem contaminar a superfície, o solo e a água potável”, alerta Susan Nagel, PhD, professora associada da Escola de Medicina da Universidade de Missouri.
*Fernanda B. Müller publicou este conteúdo
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