15 novembro 2006

REVOLUÇÃO VERDE

Por um planeta mais equilibrado


Um grupo de especialistas em assuntos ambientais baseado nos EUA calculou que 1 kg de carne obtida a partir de animais mantidos em sistema de criação intensiva requer, em média, 5 kg de grãos, 22,5 mil litros de água (50 vezes mais do que é necessário à produção de 1 kg de trigo) e ainda energia equivalente à proporcionada por quase 9 l de gasolina.

Ocorre que cerca de 60% da água consumida naquele país destina-se à criação de animais. E também que, nas últimas décadas, a produção de grãos aumentou em quase 100% só nos EUA (!). Onde vamos parar? Parece importante ressaltar alguns dados, aplicáveis ao Brasil hoje em dia:

  • calcula-se que atualmente os rebanhos americanos consumem 85% de todo o milho, cevada, aveia e soja produzidos e não-exportados;
  • 33% dos grãos produzidos no mundo são para alimentar os animais criados para o nosso consumo;
  • muitas nações em desenvolvimento plantam e exportam grãos para alimentar o gado das nações ocidentais, enquanto sua população praticamente morre de fome;
  • A maioria das pessoas concorda em que desperdiçar comida não seja algo correto. Contudo, todo o esforço e energia para produzir cerca de 1 kg de proteína de carne desperdiça cerca de 16 kg de proteínas de grãos(!). Este desperdício, só nos EUA, seria suficiente para cobrir 90% do déficit anual de proteína no mundo inteiro;
  • se criarmos um boi nos 4 hectares necessários a isso, teremos 39 kg de proteína após 4 anos (período que o animal "precisa" para estar "apto a ser consumido"). Se plantarmos arroz nesta mesma área e no mesmo período de tempo, obteremos 1,52 mil kg de proteína, sem contar os demais nutrientes;
  • um adulto com 70 kg consome cerca de 70 g de proteína por dia, o que significa que, se criarmos gado, teremos proteína para cerca de um ano e meio. Se, pelo contrário plantarmos arroz, teremos cereal para alimentar este homem durante cerca de 60 anos...

Então, parece que estamos demandando um bocado de mudança em nosso comportamento, frente ao que desfila diariamente em nossos pratos . Ou não?

ASSISTA AO VÍDEO
http://video.google.com/videoplay?docid=8936582183669773950&q=vegan&hl=en

OURO RUBRO

A Fortaleza dos vinhos


O vinho, a despeito de seu teor alcoólico alto, é uma bebida bastante apropriada para consumo sob o nosso clima, muito quente. Citemos alguns bem adequados, entre muitos:

• os vinhos brancos tranqüilos, de uma forma geral, principalmenteos os secos e ácidos, sabem a Verão, a calor e são refrescantes, cheios de vitalidade e otimismo. Não implicam em momentos especiais e são ótimos para serem bebidos em qualquer ocasião — e até mesmo sem motivo. E vão muito bem em barracas de praia, acompanhando a degustação de peixes, ostras, caranguejos e outros mariscos. Entre estes, lembramos os vinhos verdes de Portugal, os Sauvignon Blanc em geral (principalmente os do Novo Mundo), e alguns Chardonnay;

• os vinhos espumantes, leves, com pouco teor alcoólico, são as bebidas refrescantes perfeitas para climas quentes como o nosso. Além disso, têm grande versatilidade na harmonização com nossas comidas praianas. Aqui se destacam tanto os espumantes do Velho como os do Novo Mundo, e particularmente alguns do Brasil, que têm excelente qualidade;

• entre os vinhos tintos, para o dia-a-dia, aconselharíamos os mais leves, com pouco corpo, pouco carvalho, pouco tanino e jovens. Brasil, Chile e Argentina produzem excelentes exemplares, a preços razoáveis;

• e os vinhos rosés, que de tão vilipendiados por alguns falsos entendidos e preconceituosos, sofrem com a imagem frívola que lhes foi imposta de serem um vinho "feminino", mas que têm, normalmente, qualidade muito boa, adaptando-se perfeitamente ao nosso clima e possuindo grande versatilidade na harmonização com os mais variados pratos. Podem, quase sempre, substituir os brancos na sua utilização em praias, ao sol e com mariscos.

Uma prova da aceitação da idéia do vinho em nosso clima quente é que o consumo de vinhos no Ceará cresceu muito, nos últimos anos. A conseqüência natural é que, hoje, a população de Fortaleza que já está tomando vinhos está sendo beneficiada com uma oferta melhor, tanto na variedade como na qualidade dos vinhos disponibilizados, com o inevitável aumento e melhoria de locais especializados para a venda desta bebida, que inclusive observam as condições ambientais necessárias à correta comercialização dos vinhos.

Entre estes, Pão de Açúcar (Náutico), Expand Store, L’Auberge du Vin, Empório Delitalia, Domaine Montes-Claros e tantos outros. Bebamos então vinhos, com a consciência tranqüila de que não estamos cometendo nenhum sacrilégio, mas com moderação. Além de comprovadamente estimularem a saúde, são também refrescantes e apropriados ao nosso clima, harmonizando muito bem com nossas comidas, principalmente as praianas. Saúde a todos.


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