23 maio 2006

BIODIVERSIDADE

Carnaubais protegem o solo

A carnaúba (Copernicia prunifera) é uma palmeira nativa da região semi-árida do Nordeste brasileiro, onde os carnaubais integram as matas ciliares das planícies hidrográficas. A espécie é de fundamental importância para os rios, ao servir ambientalmente para a conservação e proteção do solo, evitando processos erosivos, favorecendo o controle das cheias e abrigando uma diversificada fauna. As características pedológicas (solos de aluvião areno-argilosos dos vales fluviais), a disponibilidade de água associada ao fluxo fluvial (rios e drenagens secundárias) e a sazonalidade climática definem as condições ecodinâmicas e o habitat adequado para desenvolver os grandes bosques de carnaúba, que ocorrem ao longo do curso inferior dos principais sistemas fluviais do Ceará.

Afastam-se da margem dos rios quando se inicia um ambiente fluviomarinho e o fluxo do rio é regido pelas oscilações diárias das marés, dando lugar aos manguezais. As maiores concentrações, abrangendo áreas de grande importância para a biodiversidade do semi-árido, encontram-se nos vales dos rios Jaguaribe, Acaraú e Coreaú. Bosques com menores dimensões, mas de elevada importância ecológica e sócio-ambiental estão associados aos vales dos rios Aracati-Mirim, Curu, Ceará, Pacoti, Choró e Pirangi. São bioindicadores de ambientes de várzea, com uma vasta mata ciliar a eles associada.

Como principal produto de exportação entre os anos 1940-1960, a cera de carnaúba e as atividades de manejo para a sua exploração estiveram vinculadas ao desmatamento de grande porção dessa mata ciliar. Segundo estudos realizados pelo mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente Oscar Arruda D’Alva, do Instituto Sertão, mostram que, com a valorização da cera de carnaúba a partir do século XIX, os carnaubais passaram a merecer cuidados e receber roçados mais freqüentes — o que há tempos vem impedindo a regeneração de outras espécies arbóreas nativas, eliminadas também pela retirada de madeira para as mais diversas finalidades.

A partir de 1970, com a instalação de projetos agropecuários — notadamente nos vales dos rios Jaguaribe e Acaraú — grande parte dos bosques de carnaubal foi desmatada e comunidades que sobreviviam do extrativismo da cera e da palha da carnaúba viram-se fortemente impactadas em seu modus vivendi. Mais recentemente, com a chegada da indústria do camarão (carcinicultura), a degradação foi ampliada. No baixo curso do Jaguaribe uma área de aproximadamente 700 hectares sofreu o impacto direto dessas atividades.

A mineração de areia e argila ao longo dos terraços fluviais também promoveu o desmatamento dos carnaubais e alterações profundas nas estruturas da paisagem (solo, morfologia, mata ciliar e fauna). Quando os impactos associam-se aos demais danos responsáveis pela degradação das bacias hidrográficas — desmatamento do manguezal, poluição e contaminação da água por efluentes industriais e domiciliares, desmatamento de nascentes, erosão das margens dos rios e assoreamento dos canais fluviais que causam inundações, entre outros — verifica-se que as diversas formas de utilização dos recursos naturais não levam em conta a importância ambiental para as futuras gerações.

Estamos diante de um movimento crítico para a sobrevivência dos bosques de carnaúba* do Ceará e de toda a composição paisagística, cultural e social a eles vinculada. A criação de unidades de proteção integral e de uso sustentável, interconectadas com as demais bacias hidrográficas e matas de transição representariam os primeiros passos para assegurar minimamente a permanência desse importante ecossistema. Deverão estar associadas à manutenção das atividades tradicionais de extrativismo sustentável, ao respeito cultural e saberes especializados das comunidades tradicionais.

SAIBA MAIS
O colunista Jeovah Meireles é geólogo, doutor em Geografia pela Universidade de Barcelona e professor do Depto. de Geografia da Universidade Federal do Ceará (UFC)
meireles@ufc.br


* A carnaubeira integra a família palmae, a mesma de palmeiras como o coco e o babaçu. Chamada “árvore da providência” em função dos seus atributos, os índios a consideram sagrada e até hoje a reverenciam em cerimônias, cânticos e contos. Conforme o cacique Dourado Tapeba, a Festa da Carnaúba comemora todo novembro às margens da Lagoa do Tapeba (Município de Caucaia, Grande Fortaleza), um momento de encontro, celebração e fortalecimento da tradição da retirada da palha da palmeira, usada na confecção de redes, cordas, cocares e na cobertura de suas ocas. Os índios ainda produzem e comercializam a cera da carnaúba, utilizada na fabricação de vinil.


Na língua Tupi, “carnaúba” quer dizer “árvore que arranha” – referência aos pequenos espinhos no pecíolo e à aspereza do tronco, parcialmente coberto por sulcos em forma de hélice. Fornece palmito e frutos a homens e animais. O coquinho, chamado “ameixa”, é fonte de óleo, substituindo o café depois de torrado, e ainda serve de ração. As raízes têm propriedades antiinflamatórias e cicatrizantes. A madeira é usada na construção de casas, cercas, postes, pontes etc. Das folhas secas fazem-se chapéus, cestas, bolsas, esteiras e outros produtos, podendo também se obter celulose. A bagana é excelente adubo.

A maior lista de produtos e subprodutos pertence, porém, à cera. De cosméticos a polidores, revestimentos e lubrificantes, além de produtos de limpeza, cápsulas para comprimidos, papel-carbono, adesivos e filmes fotográficos, vem também sendo empregada em larga escala como isolante térmico de chips de computadores. A carnaúba é, pois, mais generosa que o boi — bicho do qual se aproveita tudo, menos o berro, conforme se diz nos currais. Mais em
http://www.uema.br/jornal_agronomia/terceira%20ed/index_arquivos/Page340.htm)

19 maio 2006

MARKETING PESSOAL

Relacionamento cliente-corporação

Façamos uma reflexão sobre as relações interpessoais — em especial as cliente-corporação, para demonstrar como é imprescindível a preocupação com a humanização dos processos e a importância das pessoas. Num momento de disseminação dos conceitos de liderança servidora e de busca por mecanismos mais audazes de fidelização, nada mais simples (porém complexo) do que trabalhar formas "caseiras" de se fazer presente na vida de alguém...

Lembrando: “Convence-se pela razão, mas persuade-se pela emoção.”

Um fósforo, uma bala de menta, uma xícara de café e um jornal: estes quatro elementos fazem parte de uma das melhores histórias sobre atendimento que conheço. Um homem estava dirigindo há horas e, cansado da estrada, resolveu procurar um hotel ou uma pousada para descansar. Avistou um letreiro luminoso com o nome: Hotel Venetia. Quando chegou à recepção, o hall do hotel estava iluminado com luz suave. Atrás do balcão, uma moça de rosto alegre o saudou amavelmente: "— Bem-vindo ao Venetia!" Três minutos após essa saudação, o hóspede já se encontrava confortavelmente instalado no seu quarto e impressionado com os procedimentos: tudo muito rápido e prático.

No quarto, uma discreta opulência; uma cama, impecavelmente limpa, uma lareira, um fósforo apropriado em posição perfeitamente alinhada sobre a lareira, para ser riscado. Era demais! Aquele homem que queria um quarto apenas para passar a noite, começou a pensar que estava com sorte. Mudou de roupa para o jantar (a moça da recepção fizera o pedido no momento do registro). A refeição foi tão deliciosa, como tudo o que tinha experimentado, naquele local, até então. Assinou a conta e retornou para o quarto. Fazia frio e ele estava ansioso pelo fogo da lareira. Qual não foi a sua surpresa! Alguém havia se antecipado a ele, pois havia um lindo fogo crepitando na lareira. A cama estava preparada, os travesseiros arrumados e havia uma bala de menta sobre cada um. Que noite agradável aquela!

Na manhã seguinte, o hóspede acordou com um estranho borbulhar, vindo do banheiro. Saiu da cama para investigar. Simplesmente uma cafeteira ligada por um timer automático, estava preparando o seu café e, junto, encontrou um cartão que dizia: "Sua marca predileta de café. Bom apetite!" Era mesmo! Como elespodiam saber desse detalhe? De repente, lembrou-se: no jantar perguntaram-lhe qual a sua marca preferida de café.

Em seguida, ele ouve um leve toque na porta. Ao abrir, havia um jornal. "Mas, como pode?! É o meu jornal! Como eles adivinharam?" Mais uma vez, lembrou-se de quando se registrou: a recepcionista havia perguntado qual jornal ele preferia. O cliente deixou o hotel encantado. Feliz pela sorte de ter ficado num lugar tão acolhedor. Mas, o que esse hotel fizera mesmo de especial? Apenas ofereceram um fósforo, uma bala de menta, uma xícara de café e um jornal...

Nunca se falou tanto na relação empresa-cliente como nos dias de hoje. Milhões são gastos em planos mirabolantes de marketing e, no entanto, o cliente está cada vez mais insatisfeito, mais desconfiado. Mudamos o layout das lojas, pintamos as prateleiras, trocamos as embalagens, mas esquecemos-nos das pessoas.

É que o valor das pequenas coisas conta, e muito, assim como a valorização do relacionamento com o cliente. Fazer com que ele perceba que é um parceiro importante! Isto vale também para nossas relações pessoais (namoro, amizade, família, casamento) e, enfim, pensar no outro como ser humano é sempre uma satisfação para quem doa e para quem recebe. Seremos muito mais felizes, pois a verdadeira felicidade está nos gestos mais simples denosso dia-a-dia — que na maioria das vezes passam despercebidos.Pensemos sobre e coloquemos em prática tais ações.


LEIA MAIS
O colunista Antonio Carlos Rodrigues nos traz de volta a um lado claro da realidade em
http://www.marketingpessoal.com.br/artigos/211001_mkt_sorriso.htm

POLÍTICA

"Não é isso que está aí..."

Lá estava eu, nos meus 20 e poucos anos, diante daquele senhor. Ele era um político experiente, que teve projeção nacional. Estava com mais de 70 anos e a saúde bastante abalada. Sentamos na sala de seu apartamento. Imaginei a quantidade de gente que não teria se sentado ali para as audiências com o político influente. Nomes como Juscelino, Lacerda, Adhemar de Barros e Laudo Natel, entre outros, foram citados várias vezes, com muita familiaridade. Lá pelas tantas, ele pôs a mão no meu ombro, assumiu um ar paternal e me deu um conselho:

- Luciano, se eu puder te dar um conselho, é o seguinte. Se um dia te oferecerem algum negócio meio obscuro, por baixo dos panos, aceite! Não faça como eu, que jamais aceitei entrar em negociatas e hoje estou aqui, acabado, enquanto eles estão lá, numa melhor...

Aquilo foi uma porrada! Em que mundo vivia aquele velho político, para aconselhar um garoto a vender a alma ao diabo em troca de benefícios materiais? Um senhor. Com quase 80 anos! Podia ser meu avô!

Fiquei chocado. Mas mais tarde refleti sobre o que ouvi. Alguma coisa não batia... Ele não devia estar falando sério. Não senti em suas palavras a malandragem tão comum aos vigaristas de todo dia. Não vi a face do mal. Não vi a intenção de enganar, roubar ou tripudiar sobre os que o elegeram. Vi amargura. De alguém que, após uma vida dedicada à política, fazia um balanço e descobria que o saldo era negativo. Do ponto de vista moral.

Meu velho amigo concluíra que aqueles que adotaram a moral torta, levaram a melhor. E, por apreço, não queria que acontecesse o mesmo comigo.

Pois bem... Trinta anos depois, o Brasil mudou. E aquele conselho que me indignou e que recebi privadamente, hoje é esfregado na cara de meus filhos diariamente. Pela televisão. Pelos jornais. Pelo rádio.

E como pai, brasileiro e preocupado, me vejo obrigado a repetir, todo dia, todo o tempo:

- Meus filhos, política não é isso que está aí!

Essa coisa feia. Ruim. Feita por gente desonesta. Política não é bandidagem.

Isso que está aí tem outro nome. Não é um meio, é um fim. É um jogo de vale-tudo. Vale o roubo. A morte. A corrupção. A chantagem. Isso tem outro nome, que eu nem sei qual é. Mas não é "política". Política é inevitável, faz parte da nossa vida e não tem que ser uma coisa má. Política é o meio pelo qual são tomadas as decisões de nossa comunidade. É a forma como são estabelecidas as regras para o comportamento de grupos. Política é o jeito de regular a competição por posições de liderança. É a forma de minimizar os efeitos nocivos das disputas.

Política não é isso que está aí.

Política é a arte de posicionar suas idéias de forma visível e saber o que dizer, como dizer e para quem dizer. Isso é política. E conhecer política, é bom! Praticar política é bom. É a política que nos mantém vivendo em sociedade. É a política que rege nossas interações. É a política que torna possível conviver em harmonia com seu irmão. Com seus pais. Com seus vizinhos. É a política que costura os interesses e faz crescer a nação. Isso sim é política! Uma ação positiva e construtiva. Para o bem.

Por isso, em nome do meu velho amigo que já morreu, digo e repito:

- Meus filhos, política não é isso que está aí.

Isso aí tem outro nome.

Que eu não sei bem qual é...


ACESSE
O colunista Luciano Pires é jornalista, escritor, conferencista e cartunista, atuando contra a mediocridade:

www.lucianopires.com.br

18 maio 2006

PRISÃO PREVENTIVA

Um mal necessário?

Partindo do Direito Processual Penal, vamos tratar do instituto da Prisão Preventiva — que recebe, aliás, inúmeras críticas dos juristas brasileiros com relação à forma como vem sendo utilizado em nosso País, bem como no que tange à sua constitucionalidade. Historicamente, a evolução da sociedade viu surgirem atuações ilícitas que prejudicavam as pessoas, e para protegê-las houve a necessidade de um controle, exercido através de regras seguidas por sanções. Ao Estado foi dada a incumbência de aplicar estas regras, objetivando assim a segurança da sociedade e a tranqüilidade social.

A partir do momento em que a lei é violada pela atuação negativa de uma ou de algumas pessoas, o Estado tem a função de punir os responsáveis por essa violação, restituindo a paz à sociedade. Com o passar do tempo e o aumento da gravidade dos atos ilícitos, observaram-se graves conseqüências sociais. O Estado viu-se obrigado a retirar do convívio social as pessoas que causavam mal-estar à sociedade — através das prisões. Encontramos já em um passado muito remoto indícios da existência de prisões, muitas vezes com outros nomes (tais como “cárceres”). Objetivamente, até hoje a paz social é buscada pelo Estado, porém, este nunca conseguiu realmente efetivá-la, mesmo aplicando as medidas restritivas da liberdade humana.

No presente, há duas espécies de prisões: a prisão penal e a prisão sem pena. Nesta última, uma de suas subespécies — denominada prisão provisória ou cautelar — é aplicada antes da condenação irrecorrível do acusado. As prisões podem ser classificadas em: prisão em flagrante delito, prisão preventiva, prisão temporária, prisão decorrente de decisão de pronúncia e prisão decorrente de sentença penal condenatória passível de recurso. Portanto, a prisão preventiva é uma subespécie de prisão cautelar.

Eduardo Espínola Filho (Código de Processo Penal Brasileiro Anotado, vol. 3, Bookseller, 2000, p.363) define precisamente a prisão cautelar: “É a prisão determinada antes do julgamento como medida garantidora da permanência do indiciado à disposição da justiça, contribuindo, consideravelmente, para que ao processo possa assegurar-se marcha normal, perfeita e rápida”, tendo como finalidade, portanto, a proteção da ordem pública e a garantia da aplicação da lei penal. Porém, mesmo com a observação destas finalidades, a prisão cautelar só se justificará antes do julgamento ou da sentença irrecorrível quando o indivíduo for encontrado na flagrância de crime ou contravenção, ou se a prisão for determinada, por escrito, por autoridade competente — isto é, o juiz ou tribunal a que for afeto o processo contra o indiciado (quer já esteja em curso a ação penal, quer para isso seja remetido o inquérito, prevenindo a competência).

A prisão preventiva vem inserida entre os artigos 311 a 316 do Código de Processo Penal e é uma medida fundamentada por despacho judicial, que pode ser intentada em qualquer fase do inquérito policial ou da ação penal, antes de transitar em julgado a sentença penal condenatória, podendo ser decretada de ofício pelo Juiz ou a pedido do Ministério Público, do querelante ou por representação da autoridade policial. A sua finalidade é impedir que ocorram novos crimes por parte do indiciado ou acusado, garantindo assim a ordem pública, evitando-se violação ou grave ameaça à economia. Ou seja, garantindo a ordem econômica e mantendo estável e regular a produção de provas, com a conveniência da instrução criminal e, finalmente, efetivando a aplicação da lei penal. A prisão preventiva não é definitiva, devendo o encarceramento durar somente o curso do processo e até a decisão final, pois, havendo a condenação, e sendo esta definitiva, não fala mais em prisão, e sim, em reclusão ou detenção como pena privativa de liberdade. A prisão preventiva também pode ser, a qualquer tempo, revogada pelo juiz (desde que haja justificativa para isso).

Seguimos neste post o mestre Júlio Fabrini Mirabette (Processo Penal, Atlas, 2001, p. 384), quando o mesmo denota que “a prisão preventiva é um ato de coação processual, e, portanto, medida extremada de exceção, que só se justifica em situações específicas, em casos especiais onde a segregação preventiva, embora um mal, seja indispensável”. Os pressupostos para a admissibilidade da prisão preventiva vêm contidos no artigo 312 do CPP, onde se lê “quando houver prova da existência do crime e indícios suficientes da autoria”, e portanto, percebe-se que o primeiro pressuposto se refere à materialidade do crime, devendo haver prova da existência do fato criminoso — que pode ser, por exemplo, laudos de exame de corpo de delito, documentos, provas testemunhais e outros. Mas é necessária a “prova” da existência do crime, não bastando meros indícios para a decretação da prisão preventiva do acusado.

O segundo pressuposto para a decretação da prisão preventiva é contrário ao primeiro, pois agora a lei atém-se a meros indícios da autoria, não necessitando assim de uma certeza plena, contentando-se com elementos probatórios menos robustos do que os necessários para o primeiro pressuposto. Neste segundo requisito, o legislador confiou no prudente arbítrio do magistrado, não definindo regras gerais ou padrões para a decretação desta forma de prisão. Também pode o juiz decretar novamente, ou redecretar, a prisão preventiva quando achar necessário, observando todos os pressupostos, fundamentos e condições de admissibilidade desta, a qualquer momento do processo ou do inquérito policial.

Sobre a constitucionalidade da prisão preventiva, cremos ser a liberdade um dos direitos fundamentais do homem, consagrada em nossa Constituição Federal e pela Declaração Universal de Direitos Humanos. Tentando preservá-la, o legislador constitucional limitou a atuação dos órgãos detentores do poder público. Por isso lemos no artigo 5.º, inciso LVII da CF: “Ninguém será considerado culpado até trânsito em julgado de sentença penal condenatória”. Este inciso diz respeito ao Princípio da Presunção de Inocência, ou seja, enquanto não transitar em julgado a sentença penal condenatória, tornando-se a mesma irrecorrível, o acusado deve ser tido como inocente da prática do crime a ele imputado.

Alguns autores, como Fernando Capez (Curso de Processo Penal, Saraiva, 1999, p. 226), Mirabette (supracitado) e Luiz Flávio Gomes (Reformas Penais (IX): Liberdade provisória – acesse em http://www.mundojuridico.adv.br/html/artigos/documentos/texto209.htm), entendem que a prisão preventiva, assim como as demais prisões provisórias, devem ser aceitas como necessárias. Todavia, nem por isso deixam de ser injustas. O próprio Superior Tribunal de Justiça estabeleceu (em sua Súmula 09) que “a exigência da prisão provisória, para apelar, não ofende a garantia constitucional da presunção de inocência”: “A Constituição reservou ao legislador ordinário a tarefa de definir o cabimento, forma e exigência da liberdade provisória ...”(RT, 687/279).

Mesmo antes da promulgação da Carta de 88, qualquer estudante de Direito mais aplicado sempre teve obrigação de saber que a prisão preventiva, por sua própria natureza e destinação, é providência excepcionalíssima, a ser empregada somente em casos em que o interesse público supere de muito a impostergável exigência de manutenção da liberdade, indicando a necessidade de encarceramento antes de decisão condenatória com trânsito em julgado. Não por acaso, a prisão preventiva é conhecida no jargão jurídico como “medida vexatória” (como aponta Félix Valois Coelho, em Prisão Preventiva Obrigatória: crueldade ou tolice?, publicado no Boletim IBCCrim de jan/2001 – acesse em http://www.internext.com.br/valois/artfvcj2.htm).

Luiz Flávio Gomes (Penas e Medidas Alternativas à Prisão, Editora Revista dos Tribunais, 2000, p.72) também acrescenta: “Ninguém contesta que o acusado (ou mesmo indiciado) pode ser preso no curso do processo (ou da investigação) e que essa prisão não viola a presunção de inocência, porém, desde que presentes motivos concretos justificadores do encarceramento ante tempus, cabendo ao juiz demonstrá-los em sua decisão”. Portanto, a prisão preventiva, como as demais prisões cautelares, de forma alguma colide com os princípios da presunção da inocência ou da liberdade da pessoa humana, desde que seja decretada com base na garantia da ordem pública, da ordem econômica, na conveniência da instrução criminal e no asseguramento da aplicação da lei penal, e que possua natureza cautelar, processual, instrumental e provisória, tudo somado à prova da existência do crime e indícios suficientes da autoria.

Os adversários desta forma de prisão cautelar respaldam-se no abuso de poder com que é decretada, deixando de lado as críticas ao uso da mesma, isto porque ainda existem magistrados que, esquecidos de sua função, decretam a prisão preventiva por meras suspeitas, quando não por simples capricho. Portanto, acreditamos que o erro — o inconveniente — está no ser humano, nas atitudes deste e não no instituto da prisão preventiva.

A seguir, alguns inconvenientes causados pela decretação da prisão preventiva que justificam o seu uso minimizado, somente em casos excepcionais, como salienta a majoritária corrente doutrinária:
  • Cerceamento de Liberdade: consiste não na violação de um direito, mas no estreitamento deste, pois priva licitamente o cidadão de sua liberdade;
  • Mácula: o réu preso preventivamente que obtém uma sentença absolutória pode até mesmo adquirir maus hábitos em virtude do que viveu e presenciou dentro do cárcere;
  • Desonra: quando há a decretação da prisão preventiva de um cidadão, mesmo que seja julgado inocente, quando posto em liberdade a sociedade o discrimina, não há como deixar a prisão sem uma mancha de desonra;
  • Inconveniente Financeiro: sob o aspecto econômico, a decretação da prisão provisória impede que o réu produza o que iria produzir se estivesse solto, sendo este um dos males mais caros ao Estado;
  • Problema Carcerário: como é notório em nosso País, o problema carcerário assola tanto cadeias públicas quanto penitenciárias. Há muito mais presos do que instituições para recolhê-los, e por isso as pessoas presas provisoriamente — que deveriam ficar separadas dos presos condenados de forma definitiva (art. 300 do CPP) — são presas conjuntamente, o que acarreta inúmeros males ao réu que seja, futuramente, considerado inocente.

    Hélio Tornaghi (Curso de Processo Penal, Saraiva, 1995, p. 9) acrescenta, sobre estes inconvenientes, que “a verdade, a verdade verdadeira e insofismável, é que o povo liga a prisão a um caráter ultrajante. E o preso sai dela difamado. Pode não perder a estima, a consideração dos homens esclarecidos quanto à natureza do encarceramento provisório, sabedores do resultado do processo e da honradez do liberado. Mas no espírito de muitos, menos informados a respeito de tanta cousa, não deixa de permanecer a dúvida, muito razoável”.

    Por fim, não há como negar que a prisão preventiva é, em alguns casos, um mal; porém, um mal necessário, cuja finalidade é evitar outro muito maior. Isto posto, cremos, talvez até utopicamente, que o ideal seria apenas privar da liberdade um indivíduo após a sentença penal condenatória transitada em julgado. Mas, infelizmente, para que haja o bom andamento processual, e também para que salvaguarde-se a sociedade, muitas vezes é necessária a decretação da prisão preventiva como providência para proteger o bem comum.

CONTATE
A colunista e advogada Karina Melissa Cabral é membro da Comissão da Mulher Advogada da OAB (Osvaldo Cruz/SP) e autora do livro Direito da Mulher: de acordo com o Novo Código Civil
kmelcab@hotmail.com

12 maio 2006

VENDAS E MARKETING

Ferramenta diferencia equipes no mercado


Pesquisa realizada recentemente com 160 empresas de diversos setores mostra que as estratégias de investimentos para 2006/07 a serem adotadas estarão 52.9% centradas em Vendas e Marketing. Atualmente, o grande desafio das empresas é aumentar a receita para garantir a manutenção dos alicerces corporativos: caixa, lucro e perpetuação.

“Já foi o tempo onde um bom produto, com um preço competitivo, era o suficiente para alavancar resultados. Tampouco é eficiente a continuidade em correções de vendas baseadas em velhas técnicas ou treinamentos que visem transação. A era do relacionamento é definitiva e a busca de uma revitalização comercial, uma equipe alinhada e co-responsável pelas estratégias são os caminhos para resultados, rentabilidade e perpetuação”, explica Jayme Nigri, sócio-diretor da consultoria New Marketing.

Apresentando um programa totalmente estruturado e customizado para cada empresa, aplicado continuamente — geralmente, durante 1 ano — através de aulas com professores consagrados de MBA do Brasil; utilização e análises de casos reais; material didático específico; palestrantes convidados e outras ferramentas, a Academia de Vendas é o produto oferecido pela New Marketing às empresas, visando o desenvolvimento dos profissionais diretamente envolvidos neste grande desafio.

Outro ponto apontado pela pesquisa é o fator-chave do sucesso na conquista de novos clientes, sob a ótica das empresas, já que cerca de 21.5% delas apostam em políticas comerciais adequadas, enquanto 21.3% preferem investir em imagem de marca.

“Além de postura ética, o mercado espera das empresas maior preocupação com sua imagem e os valores de suas marcas. Isto também se liga aos fatores relacionados a estratégias de marketing e vendas. Portanto, a chave do sucesso das organizações é focar seus investimentos no realinhamento das equipes que estão diretamente em contato com o mercado”, completa Nigri.


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11 maio 2006

LIDERANÇA DE EMPRESAS EXTRAORDINÁRIAS (1)

Empresa extraordinária não erra


Numa empresa fundada com uma concepção de excelência, as relações de trabalho e as políticas de recursos humanos são saudáveis, proveitosas, os conflitos entre o Capital e o Trabalho maduramente resolvidos. Há respeito mútuo entre os integrantes do quadro pessoal e os dirigentes. O clima organizacional torna-se gostoso, motivador, há alegria e satisfação em ir ao trabalho, que deixa de ser um suplício como ocorre na maioria dos casos. O marketing deixa de ser uma caça psicótica para laçar o cliente de qualquer maneira, transformando-se numa atividade mercadológica amadurecida.

Em 2004 fiz uma palestra em São Paulo para um grupo de empresários, executivos, universitários, sobre Liderança de Empresas Extraordinárias, minha paixão acadêmica e profissional nos últimos tempos, como única alternativa do parque empresarial brasileiro, em termos de tornar-se competitivo e respeitado nessa reformulação do mundo e na competição globalizada no século XXI. A conferência foi proferida numa entidade conceituada e o encontro presidido por um ex-presidente de um dos maiores grupos financeiros do planeta, com sede em NY e filiais no Brasil. Antes da reunião, esse alto executivo me perguntou: "O que é uma empresa extraordinária?" A seguir, fez outra interpelação: "O Brasil tem lideranças?"

O objetivo deste e dos dois próximos artigos é repassar aos leitores minhas respostas, dadas ao ex-presidente (CEO) do poderoso grupo internacional.

Inicialmente, disse que a empresa extraordinária não erra. Ele ficou espantado, quase traumatizado, mesmo porque — segundo ele — as organizações são feitas por pessoas. E o ser humano é uma obra inconclusa, cometendo falhas a todo momento. Mesmo assim, as empresas desse altíssimo padrão de excelência não permitem falhas, principalmente as graves, que geram danos. O dono de um dos restaurantes mais bem-sucedidos do mundo, quando esteve em São Paulo, respondendo a uma pergunta da imprensa sobre as razões do sucesso do seu negócio, foi taxativo: "No Bali (nome do restaurante, localizado próximo a Barcelona), ninguém tem o direito de errar." No crime organizado (Máfia etc.), nas organizações terroristas (Al Qaeda, etc.), a política administrativa é a mesma. A falha, o mínimo tropeço, são punidos com extremo rigor, chegando a punição usualmente à morte — daí uma das razões do êxito delas.

No Brasil, ocorre exatamente o contrário. As empresas erram freqüentemente, com um agravante: o erro é estimulado, protegido e raramente executivos e empregados são punidos. Entra em cena o corporativismo, com a aprovação dos patrões. E, quando surgem pessoas reclamando das mancadas da organização, tornam-se antipáticas, solitárias, vistas com desagrado. Eu estou no meio dessas pessoas que reagem aos erros e por essa razão sou vítima da incompreensão e repúdio da maioria. Recebo toneladas de conselhos de amigos me recomendando mudar meu estilo, com o argumento de sempre: "Aqui é assim. Isso é Brasil, você não vai consegui mudar. Esse comportamento faz mal à sua saúde".

Parece ser motivador viver na bagunça, na desorganização, na falta de profissionalismo, de responsabilidade, sobretudo (ou inclusive) na ambiência organizacional/empresarial. Se alguém reclama nos restaurantes, nos hospitais, nos hotéis, nas lojas, enfim em qualquer lugar, torna-se uma pessoa antipatizada. Se o indivíduo tem um mínimo de exigência, de busca de qualidade, é perfeccionista, não consegue se relacionar com as empresas instaladas no território nacional. Todos erram: em maior ou menor quantidade. E a vítima sente-se impotente, porque não tem a quem recorrer para as devidas providências. Para quem almeja sobreviver na desorganização empresarial tupiniquim, a melhor alternativa é se especializar nas pessoas, ou seja, em cada estrutura escolha o menos ruim para lhe atender continuamente.

Em parte, essa situação de acintosa improvisação organizacional explica-se em função de dois fatores: a falta de cidadania do brasileiro, medroso de fazer a mínima crítica, vivendo no auto-engano de que tudo está OK. E no baixo grau de maturidade institucional do parque empresarial, construído improvisadamente nos últimos anos. Uma imaturidade alimentada pela atitude de não criticar do brasileiro, com receio de ferir suscetibilidades. O Brasil continua com a mentalidade colonial, rural, feudal, de comerciantes, anticapitalista, de industrialização tardia, com baixíssimo nível de escolaridade, de cultura. Ademais, ostenta uma nítida vocação ao lazer, à informalidade, como escrevi num dos meus mais recentes artigos, apresentando o ano de 2006, o mais maravilhoso de nossa História.

Porque traz uma tonelada de festejos (alta estação, Carnaval, Copa do Mundo, festas de São João, forrós por todos os lados, eleições, campanha eleitoral), tudo isso somado a centenas de feriados no meio das semanas. Nesse contexto, estamos muito distantes de empresas profissionalizadas, bem administradas e muito menos extraordinárias. Se, com a improvisação, com a sua arapuca, o tal empresário está ganhando dinheiro, o resto que se dane. E quem tentar cutucar essa cultura da informalidade corre o risco de ser isolado para sempre. O conceito de empresa extraordinária é muito amplo. Dadas as limitações do espaço jornalístico, apenas acrescentarei alguns outros itens, configurando o mencionado tipo de empresa/grupo empresarial, inexistente ainda no Brasil.

A construção da empresa extraordinária começa na cabeça do(s) acionista (s), dos fundadores, empreendedores. Quando o indivíduo funda um negócio com idealismo, com uma visão ampla, olhando acima da mera lucratividade, motivado por razões políticas (não confundir com política partidária), no sentido da empresa ser, também, um meio, um instrumento de contribuição à melhoria do País, aos rumos da humanidade, as sementes da empresa mencionada são plantadas. Esta postura dos pioneiros tem reflexos positivos nas decisões, funções, estilo de gestão etc. e na trajetória da organização. Basta comparar empreendimentos de proprietários civilizados, responsáveis, éticos, com negócios de controladores irresponsáveis, gananciosos, desonestos, sem envolvimento com a sociedade. Indivíduos que estão pouco se lixando se a empresa quebra, torna-se concordatária, seja vendida. Desde que ele fique com os bolsos cheios da grana e termine tristemente sua vida como empresário aposentado.

Ao contrário, numa empresa fundada com uma concepção de excelência, as relações de trabalho e as políticas de recursos humanos são saudáveis, proveitosas, os conflitos entre o Capital e o Trabalho maduramente resolvidos. Há respeito mútuo entre os integrantes do quadro pessoal e os dirigentes. O clima organizacional torna-se gostoso, motivador, há alegria e satisfação em ir ao trabalho. Trabalhar não é um suplício como ocorre na maioria dos casos. O marketing deixa de ser uma caça psicótica para laçar o cliente de qualquer maneira, transformando-se numa atividade mercadológica amadurecida, de profundo conhecimento e respeito em relação ao comportamento, mormente, das necessidades dos consumidores.

A publicidade passa a ser uma atividade digna e não uma encenação visando enfiar de goela abaixo produtos e serviços junto a consumidores incautos, indefesos e enterrados nos apelos da mesquinha sociedade de consumo, onde tudo gira em torno do mercado e as pessoassão avaliadas pelo "ter" e não pelo "ser". Aliás, o termo "cliente" é obsoleto, superado e inadequado nas empresas extraordinárias, que estão substituindo esse conceito predatório pelo de "seres humanos", dotados de uma história de vida e de um elenco de carências a serem eticamente atendidas e não apenas exploradas através de manipulações publicitárias e mercadológicas.


VÁ ALÉM
O Dr. Cleber Aquino é prof. da Universidade de São Paulo (USP), consultor de alta gestão e coordenador dos 6 volumes de História empresarial vivida – Depoimentos de empresários brasileiros bem-sucedidos (Editora Gazeta Mercantil, 1986 – busque em
http://www.livronet.com.br/produtos.php?codigo=189084). Escreve quinzenalmente aos domingos no jornal O Povo de Fortaleza, que vc acessa em
http://www.noolhar.com/

AUTO-ESTIMA, RELACIONAMENTOS E RENASCIMENTO

Tudo começa no espelho...



Em tudo na vida, há relacionamentos. Estamos sempre nos relacionando com nossa família, com amigos, com companheiro (a), com nosso trabalho. Todos os relacionamentos, entretanto, começam, para cada um de nós, a partir de cada um de nós consigo mesmo(a). Até que você escolha o mais importante de todos os seus relacionamentos, os outros permanecerão limitados.

“Se conhecêssemos quem somos, não nos conformaríamos com menos daquilo que merecemos. É muito conhecido o fato que a falta de auto-estima é uma das causas primárias de muitas das aflições do mundo, inclusive o fracasso em relacionamentos, problemas financeiros, doenças físicas, crimes e suicídios dos adolescentes, drogas, alcoolismo... Também é óbvio que tentamos, freqüentemente, consertar o sistema ao invés de curarmos a raiz do problema. É muito lamentável que tantas pessoas talentosas e criativas estejam desperdiçando suas vidas porque sentem um vazio absoluto dentro de si...”.

Existe inteligência e intenção por trás de toda criação. Não é por acaso que você é você. Sob a liberdade de pensar o que quer, dizer o que deseja, fazer suas escolhas e trabalhar no que lhe dá prazer, está o direito básico — saber quem e o que você é, desenvolver sua auto-estima e viver a partir da sua essência. Tudo isto desenvolve um saudável senso de si-mesmo(a) porque você tem a oportunidade de descobrir o mistério que você é e que o(a) faz tão único(a) e ainda assim o(a) une a toda a família humana.

A vida é uma jornada que se inicia com você e termina com você, e no meio, está um território imenso esperando para ser explorado e vivido!

Não há diferença entre conhecer a si mesmo(a) e ter alta auto-estima. Conhecer realmente o que se é e amar a si próprio(a) não é aprender o que se pensa que é ou aprender o que se sente. Estamos falando sobre saber e sentir o quê e quem você realmente é!

Experienciar a sua divindade, a sua essência, não é uma função do pensamento. Está além daquilo que se pensa. Para conhecer a si mesmo(a), é preciso saber que você não é sua própria mente, mas um ser espiritual que está além dos seus pensamentos. Quando você tem uma experiência direta do seu ser espiritual, isto transforma para sempre o seu relacionamento consigo mesmo(a), porque você terá, para sempre, o registro dela. Conectar-se com a sua divindade — com a sua essência — é uma experiência inesquecível.

A mesma coisa acontece em seus relacionamentos com outras pessoas. Quando você pode ver e sentir a essência da pessoa com a qual você está se relacionando, mesmo que o comportamento dela não seja adequado, você pode isolar este comportamento e amá-la, apesar da forma como ela se comporta.

Isto faz com que o caminho para a alta auto-estima seja completo. Quando você percebe quem é e expande esta consciência para incluir os outros, começa a experimentar seus relacionamentos em outro nível. Crítica, hostilidade e julgamento dão lugar a apreciação, entendimento e amorosidade. Relacionamentos mais verdadeiros e conscientes podem ser então estabelecidos, porque, quando se tem alta auto-estima, se é livre.

E a ponte entre o físico e o não-físico, entre o consciente e o inconsciente, entre o micro e o macro, entre o agora e o eterno, entre o sagrado e o profano, entre o feminino e o masculino, entre você e toda a existência, entre tudo aquilo que foi, é ou que pode vir a ser, é a respiração. A respiração tem fabulosos elos e poderes; quando nos abrimos, ela é capaz de nos levar para além do tempo e do espaço e, numa velocidade mais rápida que a da luz, provocar saltos quânticos em nosso ser.

Renascimento – Terapia da Respiração é a técnica que permite a você saber quem você é e fazer esta conexão entre o humano e o divino. Baseada em respiração consciente e conectada, cria um movimento de energia na qual tudo aquilo que é contrário à vida em sua plenitude se permite dissolver-se... Assim, re-nascer é aprender a reconhecer a divindade que já se é.

Entre as múltiplas iniciações por que passamos vida afora, a respiração é a mais importante! Então permita-se "tomar fôlego" e mergulhar nesta experiência única em sua vida, sabendo que, quanto mais o “mergulhador” vai em sua aventura, mais oxigênio, prana — energia vital — é resgatada.

Sendo assim... inspire-se e RESPIRE!


“O Renascimento não é uma técnica, é uma inspiração! Não é ensinar a uma pessoa como respirar, mas é o ato intuitivo e agradável de aprender a conectar a inalação e a exalação a um ritmo intuitivo,
reconhecendo o seu poder infinito, que nos traz consciência, sabedoria, prazer, amor...”
Dominique Levadoux e Leonard Orr

“Viva a alegria e viva o prazer
De estar gostando de viver,
Viva o oxigênio que invade o nariz
E faz a gente ser feliz!”

Viva – canção de Kledir Ramil


RESPIRANDO
A colunista A.Ramyata é terapeuta renascedora. Vive em Curitiba e coordena o workshop O direito de ser você mesmo(a) em Fortaleza, nos dias 19, 20 e 21 de maio de 2006, com palestra aberta ao público dia 17 de maio às 20h. Informe-se: (85) 9953-5916 e 3262-1799 (à noite) com Maristela ou acesse

CORPO & COMPORTAMENTO

Confrontando a impotência sexual


Quando um homem perde a habilidade de conseguir ou manter uma ereção adequada para um intercurso sexual normal (que tenha começo, duração e término após a ejaculação), pode ser considerado impotente. As ereções — transformações naturais de volume e rigidez do pênis destinadas a facilitar o coito e a fecundação — são o resultado visível de uma complexa combinação de estímulos cerebrais, atividades dos vasos sangüíneos, funções nervosas e ações hormonais. Qualquer coisa que interfira em qualquer um destes processos pode causar a impotência.

Alguns dos fatores mais comuns ligados à impotência são: doença vascular periférica, uso de certos medicamentos, álcool em excesso e o uso do cigarro. A impotência também pode ser produzida por doenças sexualmente transmitidas e doenças crônicas, como pressão alta e diabetes. Perturbações hormonais — tais como um nível reduzido de testosterona, ou elevada produção de prolactina, bem como o hipo e o hipertioidismo — também podem causar impotência. A diabetes não controlada pode conduzir à aterosclerose (endurecimento das paredes dos vasos), com a conseqüente redução da circulação, e é considerada a principal causa da impotência.

A impotência pode ser crônica, recorrente, ou apenas um caso isolado. Há uma estimativa de que 15 milhões de brasileiros tenham se manifestado impotentes, pelo menos uma vez. Estatisticamente, a maioria dos impotentes tem mais de 40 anos (após os 60 anos, um em cada três homens é impotente), mas os jovens também podem ser afetados, principalmente os que fumam maconha.

No passado, pensava-se que a impotência era primariamente um processo de natureza psicológica. Entretanto, hoje a maioria dos especialistas acredita que 60% dos casos têm origem física. A Associação para Disfunções Sexuais Masculinas (The Association for Male Sexual Dysfunction) reconhece (de modo cientificamente comprovado) mais de 200 drogas que causam impotência. Entre as mais potentes, estão os componentes do cigarro e da maconha, seguidos de drogas antidepressivas, antihistamínicos, antihipertensivos, diuréticos, narcóticos, sedativos, inibidores da acidez estomacal e remédios para úlcera.

A aterosclerose, por reduzir a circulação do sangue, além de afetar o desempenho do coração pode também afetar o funcionamento natural do pênis. Por outro lado, a maioria das pessoas sabe que o vício de fumar e abusos alimentares ocasionam a formação de placas, que entopem as artérias e podem reduzir ou mesmo obliterar o fluxo de sangue para o coração, causando enfarte, isquemias várias e até a morte. Estas placas também podem bloquear as artérias que conduzem à genitália, interferindo com a capacidade de se obter uma ereção.

O tratamento da impotência depende de sua causa — se física ou psicológica. Um homem cuja natureza da impotência é de origem psicológica geralmente ainda tem ereções noturnas, o que não ocorre com o que sofre de impotência de causa física. Um teste barato para saber qual a causa da sua impotência é o "teste do selo postal". Para proceder a ele, basta colar uma tira de selo ou uma tirinha fina de fita gomada ao redor do pênis, antes de dormir. Se, ao acordar, o selo estiver rompido é porque a sua impotência é de natureza psicológica. Se o selo estiver intacto, as chances são de que sua impotência seja de natureza física.

O uso da infusão de algumas plantas é recomendado para facilitar o mecanismo natural da ereção. As mais conhecidas são: catuaba, damiana, essência de angustura e a salsaparilha. Esta última contém uma substância muito parecida com a testoterona. Certos (bons) hábitos também ajudam a combater a impotência: uma dieta bem balanceada sem excesso de gordura ou condimentos; evitar bebidas alcoólicas, principalmente antes de um encontro sexual; abster-se de fumar e de ficar próximo de quem está fumando, principalmente em ambiente fechado; evitar o stress e consultar um médico, pois já existem alguns remédios para a recuperação temporária da função erétil.

Já se foi o tempo em que se distinguia medo de pavor: medo é a primeira vez que você falha em dar a segunda... pavor, é a segunda vez que você falha em dar a primeira. Neste último caso, consulte um andrologista, ele pode propor uma solução mais adequada para o seu problema.


DÚVIDAS? CONTATE
O professor Franco Feitosa, MS e PhD em Bioquímica e Nutrição Humana e Post-Doctor em Química Fisiológica pela Universidade do Arizona (USA), está acessível em:

drfeitosa@yahoo.com

10 maio 2006

JAMES JOYCE EM 2006

Celebração do beletrista irlandês já está agendada


Cada vez mais o mundo quer saber quem foi James Joyce e porque seu trabalho traz tanta repercussão ainda hoje, a mais de 60 anos de seu desaparecimento. Nascido em Dublin em 1882 e falecido em Zurique em 1941, um dos mais notáveis irlandeses recebe todos os anos, planeta afora, uma homenagem denominada Bloomsday, em referência ao Sr. Bloom, um de seus personagens.

Durante o Bloomsday, celebram-se as memórias de Joyce e promove-se a apreciação de seu talento, revisitado em apresentações cênicas, recitais de música da Irlanda, traduções, audiovisuais, publicações... Enfim, uma festa literária para a arte e os sentidos — que em São Paulo costuma centralizar-se no Finnegans, simpático pub da região dos Jardins cujo nome remete às páginas escritas por Joyce.

Para aprender a degustar o fluxo do pensamento joyceano, os especialistas têm como essencial a leitura de dois emblemáticos volumes de sua autoria: Ulysses e Finnegans Wake. No mais, o Bloomsday 2006 já está definido, entre outros lugares, em Santa Maria/RS, onde deve realizar-se — como já ocorre por lá desde 1994 — dia 16 de junho, data oficial do Bloomsday, propícia a leituras, filmes, música, arte, poesia e prosa. Tudo, claro, com um leve tempero joyceano, para todos os gostos.

VÁ LÁ
Sexta-feira, 16/06 às 16h00 no Centro Cultural Cesma
Rua Prof. Braga, 55 - Santa Maria/RS
Tel.: (55) 3221-9165

E às 19h30 no Ponto de Cinema Bar
Rua Ângelo Uglione, 1567 - Santa Maria/RS
Tel.: (55) 3221-8800

Veja o programa e o cartaz do evento em: http://amseverino.sites.uol.com.br/bloomsday.html

CAMINHOS

Qual a melhor “passagem”?


Nenhuma religião ou filosofia é a melhor. Porque não é o caminho o que verdadeiramente importa — é o caminhante. Todos os caminhos que há são apenas a realidade brincando de se explicar para nós. Não fosse esse espírito lúdico, que transforma a realidade, essa coisa infinita e assombrosamente complexa, em fascinantes caminhos para se percorrer, nós pobres humanos não teríamos como de fato acessá-la.

Portanto, todos os caminhos são válidos, pois todos são a realidade se experimentando para a limitada e esforçada compreensão humana. Evidente que é impossível percorrer todos. Mas podemos, durante a vida, escolher alguns, caminhar por eles com alegria e entender um pouco mais sobre a realidade. Há, porém, bem à entrada de cada um deles, um aviso aos navegantes que, embora de séria importância, a maioria não lê, empolgada com as maravilhas da via recém-escolhida. O aviso diz: "Para o caminho não criar lodo, não
perca a noção do todo."

Caminhos são sedutores porque cremos que neles está a verdade e que ela nos libertará. Sim, a verdade liberta. Ela, porém, não cabe no caminho: o caminho é que faz parte da verdade. Quando perde isso de vista, o caminhante se entorpece e fica cego. Em seu exclusivismo, passa a crer que somente o seu caminho é verdadeiro e os demais são ilusão. Especializa-se cada vez mais em suas paisagens e esquece que cria lodo a água que não corre. Paisagens são bonitas, sim, descansam a vista... mas se paramos muito tempo para as admirar, acabamos nos tornando parte da paisagem — e assim o caminho perde seu maior sentido: o movimento.

Então experimentemos os caminhos com entusiasmo, extraindo deles o máximo que pudermos. Escolhamos aqueles que ecoam alma adentro e nos fazem tremer, aqueles que fazem a vontade de viver correr pelas veias. Temos uma vida inteira para experimentá-los. Lembremo-nos, porém, de que os caminhos cruzam com outros e é justamente nesses cruzamentos que a verdade brilha mais forte.

Por isso, quando você encontrar alguém que descobriu o único de todos os caminhos que leva à verdade, sorria e seja compreensivo(a). Esse alguém está trilhando seu caminho intensamente, com entusiasmo tanto que não tem tempo para erguer-se um pouco acima dele e constatar que, na verdade, todos os caminhos são um único caminho, que se experimenta de todas as formas.

A verdade liberta, sim, mas apenas se você conseguir enxergá-la onde ela sempre esteve: em tudo.


ACESSE
O colunista Ricardo Kelmer é escritor, letrista e roteirista e mora no Rio de Janeiro, na Terra — a 3.ª pedra do Sol

www.ricardokelmer.net

OH, DÚVIDA!!!

Revista inesclarecedora


Meu texto anterior — Não é "pobrema" meu —, rendeu muitos comentários. Nele relatei o absurdo dos problemas de depredação que estariam acontecendo no recém-inaugurado Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo. O texto nasceu de uma nota publicada com destaque na página 6 da Veja São Paulo, (a Vejinha), de 26 de abril, que teve mais de 388 mil exemplares distribuídos na Grande São Paulo.
A nota dizia o seguinte:

"Lição de desrespeito. Foram necessários três anos e R$ 36 milhões para transformar o degradado prédio da Estação da Luz no mais novo centro cultural da cidade (...) No último fim de semana, em pleno feriado de Páscoa, ele precisou fechar as portas. As cerca de 12 mil pessoas que passaram por lá deram de cara com um papel sulfite colado nas grades informando que o local estava em manutenção. Já? Pois é. A culpa é de parte dos freqüentadores. Com pouco mais de um mês de funcionamento, o museu tem sofrido nas mãos (e nos pés) de jovens que pisoteiam algumas obras, riscam as paredes e colam chicletes nos computadores. Um dos principais alvos é a instalação da encenadora Bia Lessa, na qual as pessoas puxam (muitas vezes com força desproporcional) fac-símiles de originais do livro Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa, pendurados no teto."

Publicado o texto, começaram a surgir informações conflitantes. Recebi e-mails de leitores dizendo que não era assim, que o fechamento do Museu se deu para treinamento dos monitores. Outros diziam que era para manutenção corriqueira, nada de depredação. E ficou o mistério. A Vejinha errou, foi enganada ou "errou" de propósito? Alguém do Museu mentiu? Afinal, fechou no feriado por qual razão? Fui atrás apurar. E recebi, também por e-mail, a explicação oficial, do próprio diretor do museu, Antonio Carlos Sartini:

"Até a presente data, o Museu já recebeu 74.500 visitantes e não ocorreu nenhum acidente. Recebemos um público muito diversificado: jovens, crianças, alunos e professores de escolas públicas e particulares; menores assistidos pela Febem; adultos; universitários; terceira idade; estrangeiros; portadores de deficiências físicas e outros tantos. Realmente, só temos elogios ao comportamento de nossos visitantes. (...) Nos feriados da Páscoa houve a necessidade de treinamento e capacitação de novas equipes de trabalho, além da instalação de novos equipamentos, daí a necessidade de fechamento do Museu. O Museu está operando normalmente, de terça-feira a domingo, sempre das 10h às 17h, sendo que aos sábados a entrada é gratuita."

A edição da Veja em que a Vejinha foi encartada é aquela que tem o ex-pré-candidato-e-atual-grevista-de-fome Garotinho na capa, com chifres e rabo de capeta... Nada de mais. Também acho que Garotinho é lobo em pele de cordeiro.

Mas agora fiquei confuso. Se depredação de Museu é um fato facílimo de ser verificado e mesmo assim a Vejinha errou, imaginem fatos que não são facilmente verificáveis, que são intangíveis e não contabilizáveis? E então, apavorado, ouço um capetinha sussurrar na minha orelha:
- Se a Veja errou com o Museu, será que acertou com o Garotinho?

Ah, mas as redações devem ser diferentes. Os repórteres devem ser diferentes. A apuração deve ser diferente. Deve... Oh, dúvida... Vou consultar a Caras.


SAIBA MAIS
O colunista Luciano Pires, jornalista, escritor, conferencista e cartunista, que encabeça uma aguerrida campanha anti-mediocridade no País, esclarece tudo em

http://www.lucianopires.com.br

LUA, "MÃE CONSTANTE”

Um astro cujo brilho revela-se enigmatizado


Colo. Consolo. Guarita. Sinônimos constantes, visceralmente entrelaçados ao maternal. As mães são como a Lua, deusa que surge na vastidão da escuridão e dedica-se a um espiar atento sobre os que necessitam fechar os olhos para um sonhar sem possessão.

Guarda, protege e alimenta. É o casulo seguro, forjado no fogo ardente, que comove a alma dos ausentes e os faz privilegiar os sentimentos que gritam pela absolvição.

Em seus seios, dilata-se o alimento que nutre sem reservas, sem abster-se de sua função. Seios nos quais as garras firmamos, com medo de perdermo-nos nas arestas do nosso terreno caminhar.

Seu colo instiga ao adormecer, já que entre os seus braços sentimos o acolher incondicional, recebido em seu amor maternal.

No caminhar de Diana*, um olhar compassivo mede e determina o tamanho de seu coração. Já adultos, encontramo-nos com a mãe/mulher. Como tal, a Lua surge nas peregrinações cotidianas, forjadas em um feminino que dilacera o homem por meio de uma melodia constante.

Declina entre Lilith e Eva as perdições de Adão, responsáveis pelo êxodo do Paraíso. Mas, incontestavelmente, imputadas pela perdição de inúmeros corações.

Entre o início e o final do percurso, eis um vício corriqueiro: nas lágrimas que escorrem por um rosto infantil, ou mesmo na falsa autonomia do homem crescido, seus braços são chamados à atenção.

Porém, é preciso que o cordão umbilical seja cortado. Um sofrimento perturbador trilha durante o processo. O mundo chama para um caminhar autônomo. Mas que saudades temos de um colo de mãe constante!

* Diana é o nome da deusa-caçadora da mitologia greco-romana. Deusa da luz, irmã de Apolo, filha de Zeus, como Ártemis, seu nome original, protegia as florestas e os animais, mesmo que, como deusa da caça, orientasse as setas dos homens em seu objetivo. Deusa mais popular da Grécia Antiga, habita as florestas, bosques e campinas verdejantes, onde dança e canta com ninfas que a acompanham. Em seu culto, estão presentes danças orgiásticas e o ramo sagrado. Deusa de múltiplas facetas, associadas ao domínio da Lua, virgem, caçadora e parteira que representa o feminino em todos os seus aspectos.

Representa o ideal e a personificação do aspecto selvagem da natureza, a vida das plantas, dos animais e dos homens, em toda a sua exuberante fertilidade e profusão. Na Itália chamaram-na Diviana, que significa “A deusa”. Era de fato a caçadora, deusa da Lua e mãe de todos os animais, que aparece em suas estátuas coroada com a Lua crescente e carregando uma tocha acesa. A palavra equivalente em Latim para “vela” era "vesta" e Diana era também conhecida como Vesta. No seu templo, um fogo perpétuo era conservado aceso. Sua festa anual na Itália era comemorada no dia 13 de agosto. Neste dia os cães de caça eram coroados e os animais selvagens não eram molestados. Bebia-se muito vinho e comia-se carne de cabrito, bolos eram servidos bem quentes junto a maçãs ainda pendentes dos ramos.

A Igreja Católica santificou esta grande festa da deusa virgem — que pediu ao pai, Zeus, que nunca a fizesse casar-se —, transformando-a na festa católica da Assunção da Nossa Senhora, a 15 de agosto. A Lua, que muda de forma tão rapidamente, pode ser encontrada a cada noite de uma forma diferente no céu, sendo um símbolo de inconstância. Sua aparente relação com o ciclo menstrual tornou a Lua representativa de tudo o que é mutável nas mulheres. Ártemis/Diana celebrizou-se pela maneira como se voltava vingativamente contra os que se apaixonavam por ela ou que tentassem abusar de sua feminilidade.

A mensagem deste arcano no Tarot (A Lua) nos previne de que não devemos ter medo de nos dirigir ao desconhecido, de assimilar nossos próprios medos, debilidades, erros, de olhar cara-a-cara a sombra que levamos dentro de nós e de não temê-la. Em nossa época, o arquétipo da feminilidade desta deusa-virgem começa a se tornar importante novamente. Por muito tempo permanecemos à sombra da feminilidade absoluta, sob a influência de uma realidade masculinizada. Mas Ártemis/Diana é tão linda quanto Afrodite e nos fala que a solidão, a vida natural e primitiva pode ser benéfica em algumas fases de nossa vida. Amazona e arqueira infalível, a deusa garante a nossa resistência a uma domesticação excessiva. Além disso, como protetora da fauna e flora, ela é uma figura associada à ecologia contemporânea, onde há necessidade de salvaguardarmos o que ainda nos resta.

Antes que nada nos reste. Vc já ouviu After the garden do cantor canadense-americano Neil Young? Faça-o em http://www.myspace.com/neilyoung, podendo acessar a letra também em http://www.neilyoung.com. O papo é (pra lá de) sério!


FALE COM
o colunista Fábio Silva:
binhofilho@yahoo.com.br

INTERNET TV

Uma definição para o novo século?


Alberto Luchetti, o comandante da primeira WEBTV do Brasil, explica o que está acontecendo:

“O verbo não é mais ASSISTIR. O verbo agora é ACESSAR: acessem a allTV!”

Para aprofundar este assunto, o www.televidere.blogger.com.br lançou o seguinte post:

allTV — a TV da Internet — conquista o Esso 2005

Fundada em maio de 2002 pelo jornalista Alberto Luchetti, a allTV consagrou-se como a primeira TV da Internet com 24 horas de programação ao vivo. Localizada no bairro do Paraíso, em São Paulo, a emissora conquistou ao longo de sua trajetória espectadores de diversas partes do mundo.

Mais de 80% da programação da allTV acontece na bancada de um estúdio, onde a dinâmica é pontuada pela interatividade. Dois ou mais apresentadores comentam notícias e acontecimentos com convidados e com o chat aberto aos internautas. Pela grade encontramos ainda uma boa dose de entretenimento com programas musicais, talk shows e teledramaturgia. Tudo com a marca da interatividade.

A existência de uma televisão na Internet para muitos ainda soa estranha. Consolidar a allTV foi tarefa difícil, só vencida pela força dos que acreditaram e apostaram em seu potencial. O resultado veio em novembro de 2005, quando a emissora conquistou o Prêmio Esso 2005, o Oscar do jornalismo nacional, como Melhor contribuição ao telejornalismo brasileiro. Emocionado com o reconhecimento, o diretor e fundador Alberto Luchetti declarou para o Televidere e para o site Comunique-se:

"Como os próprios jornalistas do júri do Esso enfatizaram, a allTV é hoje a TV da geração multimídia, uma soma de tudo o que há de mais importante nas mídias tradicionais: conteúdo de jornal, agilidade e imediatismo de rádio, plástica e imagem de TV e interatividade de Internet".

Freqüentador dos chats da allTV desde sua fundação, o pesquisador Elmo Francfort vê na emissora uma quebra do tabu espectador-apresentador: "Foi uma nova forma de fazer televisão, num novo espaço, num formato que pode fazer com que o telespectador e até mesmo o apresentador pudessem se encontrar totalmente, sem ter uma 'tela' no meio atrapalhando".

As declarações de Luchetti e Elmo refletem uma tendência dos veículos de comunicação: a estrutura multimídia. A influência da Internet mudou a dinâmica da televisão, acelerando as informações e fazendo com que a imagem valha tanto ou mais que a palavra. A ditadura da informação vem aos poucos se transformando em debate de idéias, colocando a resposta do público no imediato momento da notícia.

Conteúdo e interatividade. Dois pontos que, com o auxílio da tecnologia, fizeram da allTV uma premiada TV de vanguarda.

CONFIRA
Para ver se faz sentido o que Luchetti, Elmo e o texto acima afirmam, acesse

http://www.alltv.com.br

05 maio 2006

HISTÓRIA DOS ANJOS

Relate aos outros os bons sonhos...


Os gregos os chamavam de "daimone" (gênio, anjo, ser sobrenatural). A palavra "anjo" vem do grego "aggelos" e do latim "angelus", que significa “mensageiro" ou "emissário”. Assim, estes "seres" são considerados os "mensageiros de Deus". Os egípcios os explicaram amplamente e com detalhes, mas tudo foi perdido, queimado na época da ascensão do cristianismo primitivo do Ocidente. Hoje, o pouco que nos resta sobre o assunto deriva dos estudos cabalísticos desenvolvidos pelos judeus, os primeiros a acreditar nesta "energia". A palavra hebraica para anjo é "malakl", que também significa "mensageiro".

As primeiras descrições sobre anjos aparecem no Antigo Testamento. A menção mais antiga a um anjo surge em Ur, cidade do Oriente Médio há mais de 4.000 a.C.. Em 787 d.C. definiu-se um dogma somente em relação aos arcanjos: Miguel, Uriel, Gabriel e Rafael. Já a auréola que circunda a cabeça dos anjos é de origem oriental. "Nimbo" (do latim "nimbus") é o nome dado ao disco ou aura parcial que emana da cabeça das divindades. No Egito, a aura existente sobre a cabeça foi atribuída ao deus solar Amon-Rá e mais tarde, na Grécia, ao deus Apolo. Na iconografia cristã, o nimbo ou diadema é um reflexo da glória celeste e sua origem ou lar, o céu.

No século I, aparecem as asas e halos. As asas representam a rapidez com que os anjos se locomovem. Os escritos essênios — fraternidade da qual Jesus fazia parte — estão repletos de referências angelicais. No Novo Testamento, anjos apareceram nos momentos marcantes da vida de Jesus: nascimento, pregações, martírio e ressurreição. Depois da ascensão, Jesus foi colocado junto ao anjo Metatron.

Então, anjos são seres ou energias, inteligentes e sensíveis, que estão numa freqüência de vibração um pouco mais elevada do que a nossa e do que os nossos sentidos podem sintonizar. Embora não possamos percebê-los com os nossos olhos e ouvidos, podemos senti-los — e eles também a nós. Como energias, os anjos são andróginos, podendo manifestar-se como luz ou sob a força de atributos femininos ou masculinos, mas sempre trazendo os altos ideais da humanidade — como os símbolos do amor incondicional, da beleza, da graça, sabedoria, força, perdão, paz, inocência, verdade, esperança e guarda espiritual.

Os anjos nunca nos abandonam, não têm a necessidade de se refazer através do sono e não sofrem os efeitos do tempo. Mais ainda, eles conhecem as modificações do sistema nervoso humano pela mudança de cor da nossa aura. Mas nem por isso ficam o tempo todo à nossa proteção, pois assim não haveria perdas e dores: os anjos têm um horário certo de atuar sobre cada pessoa. Através do mundo dos sonhos, podemos entrar em contato com o mundo celestial. Todos nós sonhamos, porém, a maior parte das vezes, não nos lembramos de nada ao acordar. Nesses momentos, estamos conversando e recebendo orientações de nossos guardiães.

A tradição católica dividiu estes seres divinos em uma série de hierarquias: 1) Serafins, que personificam a caridade divina e a inteligência; 2) Querubins, que refletem a sabedoria divina, aliada ao temperamento jovial; 3) Tronos, que proclamam a grandeza divina através da música; 4) Dominações, que têm o governo geral do universo; 5) Potências, que protegem as leis do mundo físico e moral, além de preservar a procriação dos animais; 6) Virtudes, que promovem prodígios e os milagres da cura; 7) Principados, responsáveis pelos reinos, estados e países, preservando também a fauna e a flora, os cristais e as riquezas da Terra. 8) Arcanjos, responsáveis pela transmissão de mensagens importantes e pela defesa dos países, pais ou da família; e 9) Anjos, que cuidam da segurança dos indivíduos no corpo físico.

Uma das tarefas das hierarquias angelicais é dispor imagens férteis em nosso mundo interior. É exatamente por isso que os sonhos bons devem ser contados. Este ato irradia e enche a nossa aura de alegria. Um detalhe: para sustentá-los na memória, diga a palavra "momentum".


CUMA?
Natasha Hastywer enviou-nos estas angelicais considerações através de natashabr2001@yahoo.com.br

Consulte também O cristianismo esotérico ou os Mistérios Menores, de Annie Besant (3.ª edição), The Theosophical Publishing House/Adyar, Chennai (Madras), Índia, reimpresso em 1914. Vá lá: http://www.theosophical.ca/theosophical.ws/Portuguese/CristianismoEsoterico.htm