28 dezembro 2006

FELIZ ANO "NOVO"?

Dizer deve equivaler a fazer...


Frase dita por milhões de pessoas mundo afora nesta época do ano, destas tantas pessoas poucas serão as que, de fato, terão um ano diferente. Não porque não desejem. Até acredito que a maioria absoluta realmente gostaria de ter um ano diferente, verdadeiramente novo.

O caso é exatamente esse: muitos desejam, poucos realizam. A todos é dado o direito de querer, mas só a alguns é possível conquistar aquilo que se quer. E o motivo pode parecer simples, mas merece reflexão: muitos de nós afirmamos querer determinados objetivos, mas não fazemos por merecê-los. Estipulamos certas metas, mas não criamos as condições para alcançá-las.

Formatamos desejos e sonhos, pensamos em mudanças e tantos outros "quereres", mas não estamos realmente aptos a fazer nada, mudar nada, alterar um milímetro sequer. Enfim, não damos nenhum passo na direção do fazer e executar... Ao contrário, esperamos, esperamos e esperamos — e outro ano chega e, quando menos esperamos, já se passou, e, de novo, nos veremos ensaiando uma série de desejos, muitos intimamente repetidos, ditos muitas vezes, mais pelo contágio do que pela real convicção.

Ou seja, o recado é simples: se você quer um ano “novo” de verdade, é melhor começar a pensar nas coisas que deve fazer para conseguir isso. Não adianta querer coisas que não dependam de você — por isso, vamos falar sério: se até quando depende só de você já é difícil, imagine se depender demais de outros? Enfim, comece estipulando quais áreas da sua vida pretende, gostaria ou poderia mudar.

> Concentre-se em metas de curto, médio e longo prazos e defina, além de prioridades, que recursos e condições precisarão ser providenciados;

>Analise que demandas ou deficiências precisa suprir ou resolver. Lembre-se: não adianta apenas querer sem se preparar adequadamente;

>Vale muito desenvolver um plano de ação estruturado, com os objetivos escolhidos e com prazo definido para cumpri-los;

> Não se esqueça de manter planos alternativos para o caso de alguma contrariedade alheia à sua vontade acontecer. Isso é fundamental para você não desanimar ao menor percalço;

> Envolva as pessoas mais próximas em seus planos: a participação delas é importante para colaborar no entusiasmo;

> Não perca tempo reclamando demais. Direcione suas energias em trabalhar;

> Renove sua motivação a cada dia;

> Seja disciplinado(a) e procure corrigir imediatamente toda e qualquer situação que crie maior distância de seus objetivos.

Pode até ser que, mesmo com os toques acima, você não consiga atingir todos os objetivos. Mas, certamente, já será possível chegar ao final de 2007 tendo construído um ano realmente novo. O que é certo é que nada vai mudar, se você não mudar. Pense nisso e até o ano que vem. Desejo que você tenha um Feliz Ano NOVO!

*Antonio Carlos Rodrigues pesquisa como pode a vida ficar ainda melhor


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INDIGNAÇÃO COTIDIANA

Esfaqueei o deputado


Eu assumo: fui eu que esfaqueei aquele deputado lá em Salvador. Isso mesmo, fui eu. E aviso: estou muito puta e posso esfaquear outros. E tem mais: duvido que me prendam. Sabe por quê? Porque não tenho pulsos para me algemarem. Nem rosto para ser fichada. Não podem me pegar porque não estou em nenhum lugar e estou em todos os lugares ao mesmo tempo. Eu sou a consciência indignada do cidadão brasileiro. Que não aguenta mais o que a classe política está fazendo com o povo desse País.

Fui eu que esfaqueei aquele deputado. Mas não se preocupe com ele, o homem tem as costas largas. Preocupe-se com a senhora que o golpeou: ela vai apodrecer na cadeia sem ter culpa. Sim, pois ela foi apenas um instrumento da minha ira sagrada, acumulada durante anos, décadas, séculos. Aquela mão, empunhando a peixeira, você não percebeu?, era a mão do povo brasileiro. Era a mesma mão persistente que todos os dias faz sinal para o ônibus lotado para ir ao trabalho, a mesma mão cansada que rastreia os classificados atrás de emprego. Era a mesma mão impotente que acaricia o filho faminto, a mesma mão sem futuro que pede uma ajudinha no sinal. E é a mesma mão que votou nos políticos que aí estão. Votou neles para que a representassem com decência.

E olha o que os calhordas fazem... É muita cara-de-pau! Num momento delicado desses, em que o governo precisa enxugar custos e toda a sociedade se concentra na tarefa de fazer o País crescer um pouco mais, nossos indignos e egocêntricos parlamentares se concedem um aumento de quase 100 por cento de salário, como se já não ganhassem muito. E como o salário de senadores, deputados e vereadores é proporcional, todos vão ganhar aumento. No final, essa brincadeirinha de bandidos de paletó vai custar à sociedade um custo extra anual de mais de um bilhão e meio de reais. Isso sim é uma facada de respeito!

Agora o bando dos federais quer ganhar vinte e quatro mil e quinhentos reais. Mais ajuda de custo para morar, comer, viajar e ir na esquina. Mais verba de gabinete e convocação extraordinária. Mais décimo-terceiro, décimo-quarto e décimo-quinto salários. São 100 mil reais por mês para cada um. É uma senhora fatia da pilhagem geral do País. Sem falar que, na prática, esses vidas-boas só trabalham três dias por semana. E têm impunidade parlamentar. E ainda acham pouco. E não vamos nem falar no mensalão e em tudo que rola nas malas e nas cuecas. São uns cínicos!

Passarão à História como a pior de todas as legislaturas e ainda continuam fazendo pose e falando bonito. Por que não assumem logo que o que querem mesmo é ficar milionários em dois mandatos e garantir uma aposentadoria rechonchuda em cima dos trouxas dos seus eleitores? Eu estou muito, muito puta. Como podem gozar assim da cara do povo? Não temem que as pessoas se revoltem e invadam seus lindos gabinetes, que os seqüestrem, que joguem uma bomba no Congresso? Não, eles não temem.

Porque estão tranqüilos em sua certeza de que o povo brasileiro é burro, medroso e acomodado. É por causa dessa certeza que num minutinho o bando vota para si mesmo um aumento de R$ 12 mil e depois fica semanas e semanas discutindo se dá ou não dá R$ 8 — oito reais! — de aumento no salário mínimo. É desrespeito demais. Sabe o que os nobres parlamentares deviam fazer com esses oito reais? Eu digo. Enrolem as notas bem enroladinhas, formem um canudo e enfiem de volta lá, lá no lugar de onde vem o cheiro que infesta o Congresso Nacional, a casa que deveria ser dos representantes do povo e que está ocupada por vossas excrescências.

E você, caro cidadão eleitor? Onde está o seu nobre deputado numa hora dessas? Ligue para ele, para ela, escreva, exija providências. Ou será que Sua Indecência é a favor do aumento? Se for, então é mais um dos que agora estão rindo da sua cara de otário. Sim, você é um grande otário. Uma tremenda otária. Porque é você quem vai pagar a conta desse roubo. Fui eu que esfaqueei o nobre deputado. Mas o golpe não foi dirigido a ele, não especificamente.

O golpe foi contra toda a classe política. Certamente há um ou outro que não tem o costume de cagar na cabeça de quem o elegeu mas, como todos fazem parte da classe, é sobre todos eles que avança a minha mão firme e indignada, empunhando a lâmina afiada da revolta. Os políticos foram eleitos para representar e defender o povo — mas na verdade o esfaqueiam todos os dias quando legislam em interesse próprio. Assim sendo, aquela senhora nada mais fez do que praticar um ato de legítima defesa. O aumento ainda não foi pago, mas o primeiro deputado já recebeu o troco. Nas costas. Quem será o próximo?

*Ricardo Kelmer é escritor, letrista e roteirista e mora em São Paulo, Terra, a 3.ª pedra do Sol


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13 dezembro 2006

DICIONÁRIO DO LUA

A realeza lembrada em Sampa


Ora, que maravilha! O jornalista e divulgador da cultura popular Assis Ângelo (foto) lançou no Dia Nacional do Forró — data para cuja criação também deu a sugestão — um saborosíssimo livro sobre o saudoso "Lua", o cantor e acordeonista Luiz Gonzaga. Trata-se do Dicionário Gonzagueano de A a Z, que em 224 páginas faz deliciosas revelações sobre a carreira do compositor, acompanhando tudo com depoimentos reveladores de Dominguinhos, Sivuca, Hermeto Pascoal, Oswaldinho do Acordeon, Anastácia e Carmélia Alves, a Rainha do Baião.

O Dicionário apresenta também rica iconografia referente ao artista e seu principal parceiro, o advogado e político cearense Humberto Teixeira, co-autor junto ao Rei do Baião na criação do gênero musical que virou coqueluche no Brasil dos anos 1940 e 1950. Assis Ângelo descobriu meia centena de músicas de Luiz Gonzaga e parcerias inéditas na sua voz.

O livro mostra também o fenômeno que foi o artista. "Em nenhum momento da vida brasileira um artista da música popular foi tão biografado e cantado em verso e prosa quanto Gonzaga. E olha que são poucas as pessoas que conhecem a obra dele gravada no Exterior. Gonzaga foi um artista excepcional em todos os sentidos", diz Assis. Haja realeza.

Sobre o Rei do Baião, foram publicados pelo menos 18 livros e mais de uma centena de folhetos de cordel. De acordo com o Dicionário, há também mais de uma centena de títulos musicais que citam o popular forrozeiro Luiz Gonzaga. Além do significativo número de músicas inéditas deixadas pelo Rei do Baião, Assis Ângelo dispõe-se a explicar porque o "Mestre Lua" foi tão importante para a música brasileira e porque continua "na crista da onda" quase 20 anos após o seu desaparecimento.

"O gênero musical baião tem sido gravado no mundo todo desde a década de 1950, quando a portuguesa Carmen Miranda interpretou Baião (Baião Ca-Room' Pa Pa, na versão do norte-americano Ray Gilbert) no filme Nancy goes to Rio, da Metro Goldwyn-Mayer", esbanja Assis.

Mas a cereja-no-bolo do novo livro do renomado jornalista paraibano é o completo levantamento das músicas que Luiz Gonzaga e parceiros compuseram e gravaram. Como brinde ao leitor, o autor ainda entrega revelações curiosas, ninharias bem-humoradas como a que dá conta de que "Lua" gravou mais músicas do que o Rei da Voz Chico Alves, contando as regravações. "Entre gravações e regravações, Gonzaga ultrapassa Chico em 9 músicas!", declina Assis Angelo.

No total, conforme o Dicionário Gonzagueano, o Rei do Baião gravou 625 músicas em 125 discos de 78 rpm e 41 compactos simples e duplos de 33 e 45 rpm, de 12 polegadas. O registro de sua voz encontra-se em 266 discos — fora participações especiais em LPs e compactos de colegas iniciantes na profissão. E mais: músicas de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira foram gravadas pela japonesa Keiko Ikuta e pelo "papa" do jazz e do estilo bebop, Dizzy Gillespie, entre outros muitos artistas estrangeiros.

E quem pensa que o Rei do Baião só gravou forró, baião, xote e arrasta-pé vai tomar um susto: gravou também sambas, choros, mazurcas, valsas... Não faz um mês, foi lançado nos EUA um disco com músicas do Rei do Baião interpretadas por David Byrne (Asa Branca) e Bebel Gilberto (Juazeiro). É... o "hômi" ainda dá o que cantar...

O lançamento do Dicionário do Lua no dia 13 de dezembro veio marcar essa data tão especial, por ser também o Dia Nacional do Forró — uma idéia que virou realidade a partir de projeto da deputada federal Luiza Erundina —, criado em 2005 para homenagear "Lua", o imortal fenômeno da música brasileira.


SERVIÇO
Lançamento do Dicionário Gonzagueano, de A a Z
13 de dezembro às 20h no Bar Lua Nova, Recanto dos Cantadores
(R. Cons. Carrão, 451 - Bixiga, São Paulo/SP)
Às 22 horas, apresentação de Anastácia (a Rainha do Forró) e seu trio.

MAIS INFO
Mais informações e pedidos com andrea lago: (11) 8542-2061
andrealol@terra.com.br

12 dezembro 2006

HUMOR SEM ESFORÇO

A bandim que era pra ser plim-plim - por Denilson Albano




















Manibura memories - por Guabiras











Um "cara" chamado Osmose - por Jefferson Portela














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07 dezembro 2006

DE SONHOS E PRESSÁGIOS

Pragas e outros inimigos urbanos


Altas temperaturas, aliadas ao grande volume de chuvas, estimulam a procriação de ratos e insetos em residências durante esta época do ano. Com o fim do inverno, os raios solares voltam a ser mais longos e quentes: este é o período em que as pragas começam a se reproduzir e constróem seus ninhos.

Os produtos utilizados para a dedetização são tão variados quanto as espécies de ratos e insetos que infestam as casas neste período do ano. Em geral, cada aplicação é realizada com venenos estrategicamente desenvolvidos para o combate de pragas específicas. O maior problema é identificar os componentes ideais para atrair as visitas indesejadas.

Em locais onde o surgimento de insetos seja esporádico, a recomendação é que a desinsetização seja feita ao menos uma vez por ano. Onde o surgimento de pragas é recorrente, o controle deve ser minucioso. Outra recomendação é a limpeza periódica das caixas d’água, onde se alojam diversas espécies de insetos. Após a retirada de toda a água, as caixas devem ser esfregadas ou jateadas com equipamentos apropriados.

Isso tudo pode ajudar muito para que, à noite, tenhamos bons sonhos. Falando nisso, dizem que os sonhos são sempre mensagens que o nosso inconsciente nos passa para que possamos melhor aproveitar a vida . Os sonhos revelam desejos, conflitos e as inquietações que precisam ser superadas.

É comum sonharmos com o nosso trabalho e com os nossos colegas, afinal eles estão na nossa rotina e no nosso dia-a-dia, mas quando lidamos com pragas e insetos e sonhamos com estes animais, quais seriam as mensagens que o nosso inconsciente quer nos passar?

Como curiosidade e distração, segue a relação de algumas interpretações (dentre as várias que existem), que poderão ajudá-lo(a)s a esclarecer seus sonhos com pragas e afins. Divirtam-se.

ABELHAS
Quando as abelhas estão atarefadas, é sinal de lucros. Se elas zumbem, é sinal de preocupações de ordem intelectual. Quando elas picam, sofrerá os ciúmes de seus colegas. Se o sonhador as apanha, pode aguardar um êxito. Vê-las entrar na colméia, anuncia boas notícias. Quando se mata uma abelha, sua situação será ameaçada. Elas representam o trabalho em conjunto, mas por outro lado, possuem ferrões, que não hesitam em usar. Podem representar também o sinal de alguma erupção cutânea, antes mesmo que estas sejam visíveis. Voando: amizade nova e duradoura. Enxame: fertilidade, progresso, promoção no trabalho, sorte. Ser picado: tenha cuidado com o inesperado em tudo o que fizer; traição à vista.

ANDORINHAS
Voando: regresso de parente ou amigo, trazendo boas notícias e felicidades. Em bando: numa reunião social, você conhecerá pessoas interessantes; felicidade inesperada.

ARANHAS
Sonhar com aranhas é muito desfavorável. Ver uma aranha tecer a teia representa uma armadilha preparada pelos inimigos. Ao ver-se preso(a) numa teia, deve-se deduzir que certas pessoas espreitam para agir ao primeiro erro que se cometa. Mas matar aranha significa a libertação de um obstáculo. Comer aranha é presságio de ruína completa. Deve-se acrescentar que a aranha representa também o medo da sexualidade. Grandes e negras: um sinal de mau agouro; traição e rivalidade; cuidado com mulheres morenas. Pequenas: sua situação
financeira melhorará, com a ajuda de parentes próximos.

BARATAS
Este sonho não representa bom agouro, pois geralmente mostra o lado pecaminoso da pessoa. Matar uma barata: problemas nervosos ou pessoa falsa que anda pelas proximidades. Apenas ver uma: dificuldade em viagem.

BESOUROS
Você é cercado(a) por pessoas de pouca capacidade.

BORBOLETAS
É o símbolo da transformação, da libertação. Especialmente para as mulheres, o sonho com borboleta é de muito bom presságio, e sinal de que tempos de muito amor e felicidade se aproximam. Voando: separação de amantes por motivo de viagem. Pousada: o sonhador terá sorte nos jogos por 3 dias. Matar uma, situação inversa: azar nos jogos durante 3 dias.

CAMUNDONGOS
Eles anunciam, de fato, a existência de uma dor secreta, que rói as forças vitais do sonhador. Sonhar com um camundongo deve obrigar o sonhador a cuidar principalmente de sua moral. Ver um só camundongo num sonho indica, ao homem, a influência exercida sobre ele por uma mulher — boa ou má, conforme seja bom ou mau o animal.

ESCORPIÕES
Vê-lo: intrigas, fofocas e traições; falsos amigos tentarão ocupar seu lugar; tenha cautela e não confie em ninguém nos próximos dias. Ser atacado por: perigo de sedução. Este inseto venenoso, visto em seu sonho, adverte contra o perigo de pessoas traiçoeiras ou maus colegas, especialmente se você o matou. Se ele o(a) picou, você superará as influências hostis. Também
controle seus anseios de vitórias, ou poderá entrar em parafuso. Saiba também para quem contar seus segredos.

FORMIGAS
Em qualquer circunstância indica que muito trabalho você terá pela frente, mas será generosamente compensado; invista em novos projetos que terá lucro na certa.

GAFANHOTOS
Terá êxito em algo que imaginava. Matar gafanhotos: chegada inesperada de pessoa ou parente distante.

GRILOS
O grilo anuncia alegria e prosperidade.

INSETOS
Considera-se um sonho de bom agouro. De modo geral, indica lucros pequenos e inesperados; propostas de emprego; muita sorte no jogo e muita harmonia e paz no lar e com os amigos.

ISCAS
Pôr isca no anzol: terá grande alegria. Pôr iscas para ratos: o futuro depende de sua inteligência. Outros que põem iscas: desapontamento. Outros que procuram agradar, usando você como isca: não confie cegamente neles.

MORCEGOS
Ser atacado(a) por: contrariedades no amor por ciúmes; poderão prejudicar seu relacionamento. Matar um: perda de bens, dinheiro; jóias ou propriedades; tenha cuidado.

MOSCAS
Vê-las: notícias de há muito esperadas chegarão em breve, criando um clima agradável e sincero. Vê-las voando: intrigas e aborrecimentos no ambiente familiar e no trabalho.

PIOLHOS
Ver: indica que você receberá em breve grande quantia em dinheiro, que pode ser por herança ou serviço prestado. Catar: chances de sucesso em todos os seus empreendimentos.

POLÍTICOS
Ver um: promessas de emprego ou de negócios demorarão um pouco mais para se realizarem. Ser um: desejo de ascensão social e de poder estão reprimidos em você; tente mudar seus planos.

POMBAS
Sempre um bom presságio, indicando às pessoas solteiras sorte no amor e casamento à vista. Para os casados, indicam paz e felicidade na vida conjugal.

PULGAS
Vê-las: notícias inesperadas de dinheiro estão a caminho, trazendo alegria para toda a família. Pegá-las: fim para pequenos problemas de ordem doméstica; sorte no jogo.

RATOS
De modo geral, sonhar com rato indica problemas financeiros na família; amizades traiçoeiras, intrigas e prejuízos nas empresas novas. Procure não fazer negócios nos próximos dias.

RÉPTEIS
Em geral, astúcia, traição, calúnia, perseguição.

SAPOS
Vê-lo: intrigas perigosas; calúnias que envolverão um parente querido. Pegá-lo: problemas de saúde afetarão o bom andamento de sua vida; cuide mais do seu sistema nervoso.

SOGRA
Não é um bom presságio; denota risco de doenças na família, pequenas cirurgias, tratamentos longos de enfermidades. Evite excessos e cuide bem dos seus.

TRABALHO
É um sonho que indica, quase sempre, ascensão em sua carreira profissional, promoção de cargo e fim para os seus problemas financeiros. Conte também com o auxílio de parentes e amigos.

URUBU
Vê-lo: notícias desagradáveis, ligadas a parentes ou amigos irão lhe trazer grande pesar. Vê-lo voando: perigo de assalto e roubo, com perdas grandes; infelicidade no amor.

VAGA-LUME
Ver um: você tem um amigo legal e muito fiel. Muitos insetos luminosos: terá oportunidade de realizar um gesto de grande bondade. Vaga-lumes na escuridão: mais tarde, você será pago(a) e então receberá um dinheiro que não esperava.

VEREADOR(A)
Ser um(a) vereador(a): obstáculos insuperáveis à frente. Lidar com um(a): melhorar a propriedade imobiliária que possui. Estar em companhia de um(a): não fique especulando a vida de outros.



SONHE MAIS
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NÃO TENHA PESADELOS
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SABORES DE MAÇÃ

Queremos mulher carnuda


Em breve, minha amiga, não mais abraçaremos vocês e diremos assim no ouvidinho: gostooosa... Infelizmente. Pois do jeito que vai essa paranóia feminina de emagrecer, gostosas serão espécimes raríssimos. Sim, eu sei que tem homem que traça tudo que aparece. Mas até esse nunca vai achar gostosa uma magrela esquelética que mais parece um lego desmontando. Pois bem. Foi pra lutar contra esse absurdo que criamos a SAMUCA: sejam todos bem-vindos à Sociedade Amparadora da Mulher Carnuda.

Somos uma sociedade sem fins lucrativos. Nosso objetivo: ajudar a mulher a se libertarem da cruel ditadura da magreza. Assim teremos mais mulheres carnudas — e de bem com a vida. Se a mulher carnuda atrai mais pretendentes, imagine a mulher carnuda e feliz? E nós, homens do sexo masculino, finalmente poderemos chamá-las novamente de "gostoooosas". Será uma grande festa. Membro da SAMUCA pagará meia.

Quem disse, minha querida, que homem gosta de esqueleto? Não gosta. Com exceção de antropólogo. Homem gosta é de mulher carnuda, mulher gostosa. Nós gostamos de pegar, apalpar, apertar, agarrar, espremer. Homem é parente do polvo, tem oito mãos, e todas elas, vem cá, deixa eu te dizer, todas elas amam deslizar assim, ó, pelo relevo ondulante do teu corpo, sabia?... subir e descer as protuberâncias... se enxerir nas reentrâncias... Ops, mas você não tem carne. Onde eu vou pegar? Mulher é como abismo de filme de ação: tem que ter um lugarzinho pra segurar senão adeus mocinho.

Ultimamente, as mulheres só querem ter ossos. Suam, gastam fortunas, fazem dietas impossíveis, ficam mal-humoradas, adoecem, morrem... Pra quê? Pra extirpar as deliciosas saliências com que a natureza as brindou e que tanto nos fascinam. Enlouqueceram? Não sei, isso tudo tá muito estranho...

Essa paranóia é ridícula. Sei que vaidade é algo natural da espécie: o Homo sapiens se embeleza pra conquistar um bom parceiro. Mas como vocês esperam nos seduzir com ossos? Magra tudo bem, dá pra ser uma magra gostosa. Mas magrela, não. Aliás, o magrelismo feminino exclui automaticamente a possibilidade de protuberância glútea, que, você sabe, nós amaaamos...

Lamentavelmente, em vez de invejar a mulher que tem os homens a seus pés, muitas mulheres invejam a magrela seca desnutrida. Acontece que essa, mesmo fazendo compras em Paris, não atrai o bicho-homem. Tá, uma mulher obesa também é complicado. Mas é possível ser gorda e gostosa, claro que sim. Infelizmente, muitas de vocês estão tão paranóicas que se excitam mais com dieta que com sexo. Nessas mulheres, a real felicidade mede-se pela inveja óssea com que se provocam umas às outras. É o fim do mundo.

Escutem, meninas, por favor: isso é i-lu-são. E é contra essa ilusão que a SAMUCA luta. Oferecemos cursos gratuitos de DDM, Desconexão da Dtadura da Magreza, com os melhores profissionais do mercado, eu inclusive. O que está esperando? Comece hoje mesmo! Venha sentir as delícias que só uma mulher carnuda pode ter! E você ainda ganha esse incrível controle remoto que também gela a cerveja. Hein? Não, não tem outro brinde, foi esse que o departamento de promoções escolheu.

Toda essa paranóia é causada pela ditadura da magreza. Mas quem instalou essa ditadura? Arrá! O responsável por tudo isso é uma entidade muito poderosa. Que é abstrata, descentralizada e tem ramificações em toda a sociedade e agentes infiltrados em banheiros femininos. E nós, homens, nunca a entendemos muito bem. É o terrível Mundamoda. Essa coisa maléfica é mantida por estilistas, donos de agências, publicitários, editores de revistas e empresários que, na verdade, têm ódio mortal das mulheres. Por isso se superam a cada dia no objetivo de torná-las infelizes, em nome de um ideal de beleza que é tão ridículo quanto inatingível.

O mais chato, sabe o que é? Muitas mulheres concordarão comigo, sim. Mas amanhã se sentirão novamente infelizes, assim que passarem pela primeira banca e virem uma revista feminina.

Sim, é preocupante, minha amiga. Mas a SAMUCA tem a solução: vou resumir como funciona o curso de DDM. Nível 1: você presta atenção ao que realmente atrai os homens. Como sei que você gosta mais de sexo que de dieta, você vai conseguir.

Nível 2: esqueça os elogios de seu amigo gay. Ele jamais te verá com os nossos olhos.

Nível 3: você proíbe papo de dieta em sua casa. Sim, é necessário, qualquer amiga pode ser uma agente infiltrada do Mundamoda.

Conseguiu passar desse ponto? Ótimo! Olhaí, você já tá com umas curvinhas bem apetitosas, hummm, a cinturinha boa de segurar... Desculpa, me empolguei. Quarto e último nível: você pára de comprar certas revistas femininas, a principal arma do Mundamoda.

Elas são, na verdade, pílulas mentais que deformam a auto-imagem feminina. Passou desse nível? Maravilha! Olhe só pra você: você agora é uma linda mulher carnuda! E muito feliz! Uma mulher cuja maior preocupação será administrar a fila. Parabéns!

Hummm, mas você... realmente... Vem cá, deixa eu te dar um abraço. Gostooooosa...



*Ricardo Kelmer é escritor, letrista e roteirista e mora em São Paulo, Terra, 3a. pedra do Sol

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21 novembro 2006

A COLHEITA

Com a indignação de sempre


A maioria dos idiotas que conheço tem diploma universitário. E sobre este assunto, recebi um e-mail de minha amiga Jane Pólo: "A pocotização começou há muito tempo. Escolas medíocres, professores idem. Esse é o ponto de partida. Para onde vai toda essa gente malformada? Ocuparão postos em todos os lugares. Malformado não quer dizer que não tenha inteligência. A inteligência dilapidada dentro de um padrão medíocre, sem princípios morais e éticos, formará indivíduos aproveitadores, exatamente do tipo que vemos aos montes. Meu pai dizia que a educação e a imprensa estavam nas mãos de inescrupulosos e que a colheita seria rápida e trágica. Taí."

Colheita. É esse o nome do que vivemos nestes dias de valores morais tímidos e sacanagens explícitas. Qualquer empreendimento que substitua profissionais bem-formados por outros com fraca formação, colherá perda de competitividade, queda na satisfação dos clientes, perda de participação no mercado, aumento de custos e burocracia. É natural.

Mas o que significa gente “bem-formada"?

Atenção, senhoras e senhores ideologicamente estressados: quanto mais bem-preparadas, cultas, experientes e com formação sólida, mais conseguem interpretar, julgar e tomar decisões com segurança e acerto. No entanto, fazer uma afirmação como essa “nestepaiz” é um perigo. Serei rotulado de, no mínimo, preconceituoso...

Estamos perdidos numa discussão imbecil que incentiva a divisão de classes, taxando de preconceituosos os que acham que pessoas com cultura, instrução e formação são mais capazes que os ignorantes, mal-educados e toscos. Essa discussão transforma o termo “elite” em ofensa e “humildade” em pré-condição de competência, o que até nem seria problema se, para os que defendem essa tese, “ser humilde” não fosse apenas sinônimo de “ser pobre”...

Mas isto é tema para outro artigo. Hoje, o assunto é “colheita”.

Formação sólida não se resume a instrução. Envolve valores morais, referências e vivências... E os processos brasileiros de formação educacional e moral envelheceram, quebraram, ficaram ultrapassados. As escolas despejam no mercado gente cada vez menos preparada. A realidade mostra que os valores morais são... relativos. A mídia incentiva o “ter a qualquer preço”. As referências são substituídas por celebridades.

Um clima generalizado de impunidade faz com que ninguém se importe em dar respostas, cumprir promessas e entregar o que prometeu. Vivemos uma assustadora queda de qualidade nos processos que envolvem... gente. Daí essa pobre colheita. Tá na hora de criar um “ISO 9000” pra gente...

Na verdade, os ISOs e outros programas de qualidade até que tentam abordar os relacionamentos, mas nenhum deles sabe lidar com indicadores intangíveis. Nenhum deles sabe lidar com gente. Para esses programas, não existe vida inteligente fora de uma planilha Excel...

E ficamos assim: de um lado a máquina burocrática, fria e amarrada pelo controle. De outro, um monte de gente precisando de amor, atenção, carinho e compreensão. Aquelas viadagens que não cabem no nosso mundo competitivo, sabe como é? Pois é. E assim, vamos formando máquinas. Toscas máquinas. Capazes de recitar a tabela periódica, mas incapazes de se emocionar com um verso de Cecília Meirelles...

O super-engenheiro, médico, advogado ou empresário que não consegue emocionar-se com poesia, tem instrução. Mas não tem formação. O Brasil precisa de mais que instrução. Precisa de formação. Só assim poderemos ter uma colheita que preste.


*A ilustração desta crônica é a obra Study at a reading desk, de Lorde Frederick Leighton (1830-1896)


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http://www.lucianopires.com.br

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18 novembro 2006

SOSSEGO E RISO

Cartoon cotidiano por Jefferson Portela


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15 novembro 2006

REVOLUÇÃO VERDE

Por um planeta mais equilibrado


Um grupo de especialistas em assuntos ambientais baseado nos EUA calculou que 1 kg de carne obtida a partir de animais mantidos em sistema de criação intensiva requer, em média, 5 kg de grãos, 22,5 mil litros de água (50 vezes mais do que é necessário à produção de 1 kg de trigo) e ainda energia equivalente à proporcionada por quase 9 l de gasolina.

Ocorre que cerca de 60% da água consumida naquele país destina-se à criação de animais. E também que, nas últimas décadas, a produção de grãos aumentou em quase 100% só nos EUA (!). Onde vamos parar? Parece importante ressaltar alguns dados, aplicáveis ao Brasil hoje em dia:

  • calcula-se que atualmente os rebanhos americanos consumem 85% de todo o milho, cevada, aveia e soja produzidos e não-exportados;
  • 33% dos grãos produzidos no mundo são para alimentar os animais criados para o nosso consumo;
  • muitas nações em desenvolvimento plantam e exportam grãos para alimentar o gado das nações ocidentais, enquanto sua população praticamente morre de fome;
  • A maioria das pessoas concorda em que desperdiçar comida não seja algo correto. Contudo, todo o esforço e energia para produzir cerca de 1 kg de proteína de carne desperdiça cerca de 16 kg de proteínas de grãos(!). Este desperdício, só nos EUA, seria suficiente para cobrir 90% do déficit anual de proteína no mundo inteiro;
  • se criarmos um boi nos 4 hectares necessários a isso, teremos 39 kg de proteína após 4 anos (período que o animal "precisa" para estar "apto a ser consumido"). Se plantarmos arroz nesta mesma área e no mesmo período de tempo, obteremos 1,52 mil kg de proteína, sem contar os demais nutrientes;
  • um adulto com 70 kg consome cerca de 70 g de proteína por dia, o que significa que, se criarmos gado, teremos proteína para cerca de um ano e meio. Se, pelo contrário plantarmos arroz, teremos cereal para alimentar este homem durante cerca de 60 anos...

Então, parece que estamos demandando um bocado de mudança em nosso comportamento, frente ao que desfila diariamente em nossos pratos . Ou não?

ASSISTA AO VÍDEO
http://video.google.com/videoplay?docid=8936582183669773950&q=vegan&hl=en

OURO RUBRO

A Fortaleza dos vinhos


O vinho, a despeito de seu teor alcoólico alto, é uma bebida bastante apropriada para consumo sob o nosso clima, muito quente. Citemos alguns bem adequados, entre muitos:

• os vinhos brancos tranqüilos, de uma forma geral, principalmenteos os secos e ácidos, sabem a Verão, a calor e são refrescantes, cheios de vitalidade e otimismo. Não implicam em momentos especiais e são ótimos para serem bebidos em qualquer ocasião — e até mesmo sem motivo. E vão muito bem em barracas de praia, acompanhando a degustação de peixes, ostras, caranguejos e outros mariscos. Entre estes, lembramos os vinhos verdes de Portugal, os Sauvignon Blanc em geral (principalmente os do Novo Mundo), e alguns Chardonnay;

• os vinhos espumantes, leves, com pouco teor alcoólico, são as bebidas refrescantes perfeitas para climas quentes como o nosso. Além disso, têm grande versatilidade na harmonização com nossas comidas praianas. Aqui se destacam tanto os espumantes do Velho como os do Novo Mundo, e particularmente alguns do Brasil, que têm excelente qualidade;

• entre os vinhos tintos, para o dia-a-dia, aconselharíamos os mais leves, com pouco corpo, pouco carvalho, pouco tanino e jovens. Brasil, Chile e Argentina produzem excelentes exemplares, a preços razoáveis;

• e os vinhos rosés, que de tão vilipendiados por alguns falsos entendidos e preconceituosos, sofrem com a imagem frívola que lhes foi imposta de serem um vinho "feminino", mas que têm, normalmente, qualidade muito boa, adaptando-se perfeitamente ao nosso clima e possuindo grande versatilidade na harmonização com os mais variados pratos. Podem, quase sempre, substituir os brancos na sua utilização em praias, ao sol e com mariscos.

Uma prova da aceitação da idéia do vinho em nosso clima quente é que o consumo de vinhos no Ceará cresceu muito, nos últimos anos. A conseqüência natural é que, hoje, a população de Fortaleza que já está tomando vinhos está sendo beneficiada com uma oferta melhor, tanto na variedade como na qualidade dos vinhos disponibilizados, com o inevitável aumento e melhoria de locais especializados para a venda desta bebida, que inclusive observam as condições ambientais necessárias à correta comercialização dos vinhos.

Entre estes, Pão de Açúcar (Náutico), Expand Store, L’Auberge du Vin, Empório Delitalia, Domaine Montes-Claros e tantos outros. Bebamos então vinhos, com a consciência tranqüila de que não estamos cometendo nenhum sacrilégio, mas com moderação. Além de comprovadamente estimularem a saúde, são também refrescantes e apropriados ao nosso clima, harmonizando muito bem com nossas comidas, principalmente as praianas. Saúde a todos.


FALE COM O COLUNISTA
jorge.calscoelho@gmail.com

03 novembro 2006

LUZES SOBRE A BÍBLIA

Cabala, Arqueologia e ciência atual


Pensador moderno, o rabino Aryeh Kaplan — um dos eruditos mais importantes, prolíficos e criativos da geração passada — legou-nos imensa obra ao falecer, em 1983. Em um de seus livros, Imortalidade e idade do Universo: Uma visão cabalista, Kaplan escreve sobre as leis da Torá (1), o misticismo e o pensamento judaicos e a Bíblia. Ao contrapor ensinamentos antiqüíssimos às mais recentes descobertas científicas, o autor brinda-nos com alguns de seus mais incisivos e estimulantes textos.

Navegando nas águas profundas da Cabala mostra, por exemplo, como a idade do Universo condiz (segundo a ciência moderna) com a cronologia da Criação relatada no Livro do Gênesis. Da mesma forma, traduz-nos a possibilidade (em termos biológicos) da longevidade dos Patriarcas antes do Dilúvio e a ressurreição dos mortos.

A obra inclui ainda uma discussão sobre Astrologia e Judaísmo e oferece ao leitor uma visão mística do relacionamento homem-mulher. Também integra este volume uma tradução ampliada do Or Hachayim (2) comentário do rabino Israel Lipschitz desenvolvido em 1845, considerado como primeira abordagem judaica sobre a descoberta de fósseis de milhões de anos à luz da Torá. (3)

E não é só: a obra O caminho de Deus, de Moshe Chaim Luzzatto, sistematiza toda a estrutura filosófica em consonância com a prática religiosa judaica, explorando o Regulamento Divino do Mundo e a interseção céus-Terra, de forma lógica e organizada. Aqui, as anotações e comentários esclarecedores do escritor-rabino Aryeh Kaplan tornam sua leitura mais agradável e fonte básica de inspiração e reflexão.

Para quem desejar aprofundar-se indo direto à fonte, o Or Hachayim de Chayim ben Attar (disponível em cinco volumes — respectivamente Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio), é um extenso comentário sobre a Torá desenvolvido no séc. XVIII pelo rabino Chayim ben Attar. Sua versão para o Inglês, realizada por Eliyahu Munk, educador com mais de 30 anos de atividade, tornou a obra mais acessível e palatável a uma audiência maior.


SAIBA MAIS
http://www.shabuatov.com/articulos/salanter.php

LEIA MAIS
Or Hachayim. Commentary on the Torah. Volume One: Genesis. Volume Two: Exodus. Volume Three: Leviticus.Volume Four: Numbers. Volume Five: Deuteronomy. Versão inglesa de Eliyahu Munk,1999. Urim Publications (ISBN: 965-7108-12-8 – 2.066 páginas, US$ 125 o conjunto em capa dura)

Imortalidade, ressurreição e idade do Universo: Uma visão cabalística, de Aryeh Kaplan. Editora Sefer (ISBN 85-85583-49-5 - 200 páginas, 16x23 cm, capa flexível)

O caminho de Deus, de Moshe Chaim Luzzatto. Editora Maayanot (280 páginas, R$ 24,00)

SERVIÇO
Editora Sefer
Al. Barros, 893 – Santa Cecília – São Paulo/SP
Tel.: (11) 3826-1366

(1) Torá (do hebraico תּוֹרָה, significando instrução, apontamento, lei) é o nome dado aos cinco primeiros livros do Tanakh (também chamados de Hamisha Humshei Torah, חמשה חומשי תורה - as cinco partes da Torá) que constituem o texto central do judaísmo. Contém os relatos sobre a criação do mundo, a origem da humanidade, o pacto de Deus com Abrãao e seus filhos, e a libertação dos filhos de Israel do Egito e sua peregrinação de 40 anos até a Terra Prometida.

Inclui também os mandamentos e leis que teriam sido dadas a Moisés para o povo de Israel. Por vezes o termo Torá designa, no judaísmo rabínico, todo o arcabouço da tradição judaica, incluindo a Torá escrita, a Torá oral (Talmude) e os ensinamentos rabínicos. O cristianismo baseado na tradução grega septuaginta também conhece a Torá como Pentateuco, que constitui os cinco primeiros livros da Bíblia cristã.

(2) O Or Hachayim é um comentário clássico, cujo texto original encontra-se na maior parte das edições da Mikraot Gedolot (publicado pela primeira vez em Veneza, Itália, 1524-25) com base no Códex Aleppo, mais antigo manuscrito hebreu conhecido contendo o texto completo da Bíblia. É o mais acurado e sagrado documento-fonte, tanto para o texto bíblico quanto para sua transmissão oral, tendo sido através dele que as Escrituras Sagradas vêm sendo preservadas e transmitidas de geração a geração.

O Códex Aleppo foi copiado pelo escriba Shlomo Ben-Buya'a há mais de mil anos e sua autenticidade é garantida pelo Massorah de Aaron Ben-Asher (último e mais proeminente membro da dinastia Ben-Asher, que produziu o texto hebreu da Bíblia). A
o leitor atento, Masorah é um grande corpo de comentários e críticas textuais das Escrituras Hebraicas, incluindo anotações sobre suas características e a ocorrência de certas palavras, fontes varietais, instruções para sua pronúncia correta e outros apontamentos, compilado entre os anos 600 e 900 d.C. por escribas judeus, à margem ou ao final dos textos a que se refere).

Entre os proeminentes rabinos ortodoxos que afirmam ser o mundo mais antigo do que rezam as escrituras e que a vida evoluiu com o tempo incluem-se Aryeh Kaplan, Israel Lipschitz, Sholom Mordechai Schwadron e Zvi Hirsch Chajes. Em resumo, estes rabinos não aceitam a visão de ateístas (como Richard Dawkins, que sustém que a evolução não deixa espaço para a existência de Deus).

Na verdade, cada um desses rabinos toma posição propondo seu particular entendimento da evolução teística, na qual o mundo é muito antigo e a vida realmente evolui com a passagem do tempo de acordo com a lei natural, destacando, contudo, que Deus possui um papel preponderante neste processo.

(3) Israel Lipschitz (Israel Lipschütz, 1782-1860) foi rabino em Dassau e em Danzig, Alemanha. Em 1845, pronunciou célebre conferência sobre a Torá e a Paleontologia em que expôs os ensinamentos dos textos cabalísticos — segundo os quais o mundo atravessou muitos ciclos históricos, cada qual perdurando por muitas dezenas de milhares de anos.

Mais além, associou-os a descobertas geológicas e achados de eminentes paleontólogos (como o do mamute lanoso na Sibéria, Rússia, em 1807, e o de vários esqueletos de dinossauros), abrindo caminho a idéias sobre a evolução do homem um tanto ousadas para a ortodoxia de sua época.



22 outubro 2006

PRA NÃO FALAR DE ABOBRINHAS


Alcachofra: exotismo culinário


Ela está em quase todos os cardápios — e mais do que nunca, na mesa do brasileiro. Quem ainda tem reservas porque acha o ingrediente caro e a preparação complicada, vale deixar o preconceito de lado e adotar de vez a deliciosa alcachofra, esta flor exótica e medicinal. Em casa, no restaurante ou no supermercado, a dica é experimentar e abusar.

A alcachofra faz parte das nossas receitas há pelo menos 100 anos, quando alguns europeus que vieram morar no Brasil trouxeram esta flor de características bem peculiares para fazê-la germinar em nossas terras. Nativa do Sul da Europa e da África, a alcachofra ganhou o mercado brasileiro e é hoje um ingrediente essencial no preparo dos mais variados pratos.

Por ser uma planta de clima temperado a frio (média de 20ºC) e de fácil adaptação em áreas úmidas, a alcachofra é cultivada em solos específicos do Estado de São Paulo e no Sul do País. Em regiões quentes ela vegeta bem, mas não forma botões florais comestíveis. De agosto a novembro é sua época de colheita e de festas, como a que acontece na cidade de São Roque/SP. É quando encontramos alcachofra com ótima qualidade e melhores preços.

A alcachofra (Cynara scolymus) é uma flor imatura, pertencente à mesma família das margaridas e dos girassóis. Cada 100 gramas dessa iguaria reúne vitaminas do Complexo B, potássio, cálcio, fósforo, iodo, sódio, magnésio e ferro. Ela é considerada um eficiente auxiliar da digestão e a ciarina — substância encontrada na planta — pode melhorar as funções do fígado.

A medicina popular já consagrou esta iguaria como um perfeito alimento-remédio, ideal para as pessoas com problemas hepáticos e para os diabéticos. Segundo a nutricionista Carolina Peralta, o ideal é consumir a alcachofra no mesmo dia da compra, pois ela começa a perder suas qualidades logo depois de colhida. Para prepará-la, basta ferver imersa na água durante 40 minutos ou por 20 minutos em panela de pressão. Para saber se a alcachofra está cozida, é só puxar uma folha: se ela se soltar com facilidade é porque está no ponto.

Os talos das alcachofras também podem ser aproveitados. Para isso, é só retirar a parte fibrosa que os envolve, descascando com uma faca. Depois, deixe os talos mergulhados em água com limão ou vinagre durante alguns minutos e leve para cozinhar por 30 minutos ou 15 minutos em panela de pressão. A dica da nutricionista Carolina Peralta é experimentar a alcachofra recheada com ricota ou creme de tomate seco. “Nesta época encontramos a alcachofra em supermercados. Vale comprar a planta e preparar com molhos diversos. O ideal é consumir as pétalas logo depois do preparo, assim elas ficam ainda mais saborosas”, explica.

São quatro as variedades mais vistas nos supermercados: Violeta de Proença, Roxa de São Roque, Verde Lion e Verde-Grande da Bretanha. Em Campinas/SP, os restaurantes apostam em receitas variadas, usando principalmente as pétalas. No restaurante Barbacoa, o risoto de alcachofra é apreciado o ano todo por muitos clientes. “O risoto fica muito cremoso e o gostinho da alcachofra é ótimo para acompanhar peixe ou carnes vermelhas, como o Tornedor ao Poivre”, afirma a gerente Shirlei de Paula.

"Além de muito saborosa, a alcachofra contém uma substância que estimula as funções do fígado. Ela ajuda a diminuir os níveis de colesterol e pressão arterial e ainda possui antioxidantes'', afirma a nutricionista que aproveitou a temporada da alcachofra e preparou algumas receitas para incorporar ao buffet da rede de choperias Giovannetti. “O salmão grelhado com alcaparras e alcachofras recheadas é uma das sugestões”, destaca Carolina.

No Espaço Coronel, a preparação do cotê grelhado com risoto de alcachofra foi incorporado ao cardápio, a pedido do sócio-proprietário Renato Maudonnet. “Esse é um dos meus pratos prediletos. Existem outros ingredientes que combinam também, mas o gostinho da alcachofra é inconfundível”, relata o restaurateur.

No bar e restaurante Moinho D'Água a aposta é a Magrela — uma massa fina sem fermento, que serve de base para receitas da casa. “Já que estamos ao lado da Lagoa do Taquaral, onde as pessoas estão acostumadas a praticar exercícios físicos, fizemos várias opções de petiscos “magrinhos”. Uma delas leva recheio de alcachofra, mussarela de búfala e rúcula. É um pão bem fininho, sem fermento e que não leva molho de tomate” esclarece o chef Dedé.


SAIBA MAIS
Núcleo de Educação, Saúde e Comércio da Central de Comunicação
Isabela Leite - (19) 9719-0402
Juliana Servidoni -(19) 9256-4629
Miriam Bizarro - (19) 9602-2770

www.centralltda.com.br

DESESPERO DE CAUSA

Oração ao Pocotó


Senhor,
Fazei de mim um instrumento contra o pocotó.

Onde houver burrice, que eu leve a sabedoria;
Onde houver certeza, que eu instaure a dúvida;
Onde houver rancor, que eu leve a união;
Onde houver medo, que eu propague a fé;
Onde houver conformismo, que eu introduza a indignação;
Onde houver desespero, que eu chame a esperança;
Onde houver tristeza, que eu promova a alegria.

Oh! Mestre, fazei com que eu procure mais pensar do que ser pocotizado,
compreender do que ser enganado,
desasnar do que ser asnado,
pois é dando que se recebe,
é pocotizando que se é pocotizado,
e é pensando que se nasce para a vida eterna.

Amém.


SAIBA MAIS
O jornalista Luciano Pires é um paladino na luta cotidiana contra o "Brasil Pocotó"
www.lucianopires.com.br

SÓ RINDO!

Tirinhas Dapraia


Tudo de uma vez ao mesmo tempo agora









por Guabiras



Anderson Lauro









por Denilson Albano



Traços do cotidiano










por Jefferson Portela


VEJA MAIS
http://guabiras.blogspot.com
http://fotolog.terra.com.br/denilsonalbano
http://www.sivirino.com.br

VIVA LEVE

Histórias de sucesso


Marilda e Andréia contam como se superaram e conquistaram vitórias pessoais com a reeducação alimentar. Na revista Viva Leve #22 (Editora Escala), a confeiteira Marilda Aparecida Camargo Lima explica como conseguiu eliminou 21 quilos com a técnica. “Foi difícil sim, mas não doloroso. Era o que eu mais queria. Percebi que posso fazer qualquer coisa que eu quiser”, afirma ela. Da mesma forma, a cabeleireira Andréia Aparecida da Cruz Pereira também emagreceu 14,5 quilos empregando a reeducação alimentar. “Experimentar uma calça 44 e ver que está larga é mais gostoso que comer uma coxinha”, comemora.

A revista ainda apresenta uma série de temas polêmicos e atuais, devidamente esclarecidos:
Bullying: brincadeira de criança ou fonte de traumas?
• Mitos e verdades sobre o chocolate
• O que está por trás da gordura trans, uma das vilãs das dietas
• O que comer antes e depois de realizar atividades físicas
• Hipertensão mais diabetes: combinação que causa doenças cardiovasculares
• Eu Vivo Leve: entrevista com a apresentadora Mirian Sobral, do programa Feito por Você da Rede Mulher, em que ela conta o que faz para manter a forma: “Trabalhe para que hoje seja melhor do que ontem!"
• Dieta do mês: como emagrecer com a reeducação alimentar
• Um teste para você sobre varizes

Confira também as seções:
Em Questão e Fome de Informação, com dicas de livros, sites e cursos;
Manual do Emagrecimento Saudável;
Você Sabia, sobre o coco;
Supernovas e Supernovas Beleza, com os mais recentes lançamentos e novidades light, diet e produtos de beleza;
Água na Boca, com receitas à base de cremes;
Valor Calórico dos molhos para salada;
• e o Fichário de Ervas Medicinais.

A revista Viva Leve é destinada a quem busca uma alimentação mais equilibrada e saudável, quer mudar seus hábitos e ter uma silhueta mais bonita e duradoura. Seu público situa-se nas classes A e B, sendo que 84% são mulheres, com bom poder aquisitivo. Seus principais interesses estão em regime, dieta, nutrição, saúde, beleza, moda e compras.


SAIBA MAIS
http://www.escala.com.br

29 setembro 2006

OPÇÕES 2006

Nosso futuro é com você


Neste domingo, 1.º/10, iremos às urnas escolher nossos representantes (deputados estaduais e federais, senadores e Presidente). O Brasil é uma república democrática representativa: somos representados pelas pessoas que colocamos no poder — e é muito importante que sejamos conscientes disso, da responsabilidade de escolher pessoas que cuidarão do nosso futuro e dos rumos que a nossa economia, saúde e educação vão tomar.

O voto é a forma que nos permite fazer escolhas e diretamente influenciar esse futuro. Eximir-se de votar é necessariamente concordar com o status quo, cruzar os braços para a situação. Percebam o tamanho significativo do seu poder e analisem propostas, o histórico político e familiar de cada candidato, suas características, suas bases partidárias, percebam se não mudam de partido dançando a "dança do crioulo doido" ou mesmo a da pizza, que já conhecemos de perto. Sejam críticos e conscientes.

Se você precisa de informação para escolher, se ainda está em dúvida, se ainda não conhece os candidatos, a imprensa tem feito uma grande e qualificada cobertura jornalística com debates, artigos, entrevistas e comentários sobre os principais fatos. Em destaque, o jornal O Povo de Fortaleza desenvolveu seu Blog de Política, um meio eletrônico prático e muito rico em informações e críticas aos principais fatos que acontecem no contexto político, trazendo links para sites importantes sobre o tema.

O Blog de Política está comemorando mais de 600 mil acessos desde o seu lançamento e está se preparando para a maior cobertura em tempo real sobre Eleições já feita por um portal do Ceará. Na edição de 29/set, o O Povo apresenta uma reportagem sobre o Debate promovido pela Rede Globo (1.º caderno), no caderno Política você encontra informações sobre a mudança das seções eleitorais (Política/pág. 20) e em toda a edição você pode encontrar os números e as fotos de cada candidato, diluídos em anúncios.

Lembre-se: você é diretamente responsável pelas suas escolhas, portanto vote e cobre. Ao invés de queixar-se, acompanhe. E acredite num futuro melhor, que não deve ser uma visão romântica, mas puramente real.


ACESSE
www.opovo.com.br - Blog Política

CONTATE A COLUNISTA
jailmacosta@opovo.com.br

25 setembro 2006

PESQUISA: VOTA, BRASIL!

Logo assim, segunda-feira de manhã...


Me acordaram e me perguntaram sobre política. Eu não sabia.

Me perguntaram o que faz um vereador. Eu não sabia.

Me perguntaram o que faz um deputado estadual. Eu não sabia.

Me perguntaram o que faz um deputado federal. Eu não sabia.

Me perguntaram o que faz um senador. Eu não sabia.

Me perguntaram em quem votei nas últimas eleições. Eu não sabia.

Me perguntaram quais são os partidos. Eu não sabia.

Me perguntaram sobre os programas do PT e do PSDB. Eu não sabia.

Me perguntaram o que faz o legislativo. Eu não sabia.

Me perguntaram o que faz o executivo. Eu não sabia.

Me perguntaram o que faz o judiciário. Eu não sabia.

Me perguntaram em quem eu ia votar. Eu não sabia.

Me perguntaram o que é uma república. Eu não sabia.

Me perguntaram o que é democracia. Eu não sabia.

Me perguntaram o que é socialismo. Eu não sabia.

Me perguntaram o que é capitalismo. Eu não sabia.

Me perguntaram como fazer para criar uma lei. Eu não sabia.

Me perguntaram o telefone da câmara. Eu não sabia.

Me perguntaram o que fez o político que eu elegi. Eu não sabia.

Me perguntaram quais eram as propostas dos candidatos. Eu não sabia.

Me perguntaram quais são meus direitos. Eu não sabia.

Me perguntaram sobre o orçamento da União. Eu não sabia.

Me perguntaram sobre os impostos. Eu não sabia.

Me perguntaram sobre a história do Brasil. Eu não sabia.

Me perguntaram sobre globalização. Eu não sabia.

Me perguntaram sobre a associação do bairro. Eu não sabia.

Me perguntaram sobre a reunião em meu condomínio. Eu não sabia.

Me perguntaram sobre meus direitos. Eu não sabia.

Me perguntaram sobre a Constituição. Eu não sabia.

Me perguntaram sobre cidadania. Eu não sabia.

Me perguntaram o que é mensalão. Eu não sabia.

Me perguntaram o que são sanguessugas. Eu não sabia.

Me perguntaram o nome dos ministros. Eu não sabia.

Me perguntaram que colunista político eu leio. Eu não sabia.

Me perguntaram sobre o horário político. Eu não sabia.

Me perguntaram em quem meus pais votaram. Eu não sabia.

Me perguntaram como são feitas as pesquisas. Eu não sabia.

Me perguntaram sobre ética. Eu não sabia.

Me perguntaram sobre a educação dos meus filhos. Eu não sabia.

Me perguntaram sobre as responsabilidades da mídia. Eu não sabia.

Me perguntaram quem são os donos das TVs e jornais. Eu não sabia.

Me perguntaram quem dá dinheiro pros partidos. Eu não sabia.

Me perguntaram como os bancos ganham tanto. Eu não sabia.

Me perguntaram como defendo meus direitos. Eu não sabia.

Me perguntaram o que são “recursos não contabilizados”. Eu não sabia.

Me perguntaram quanto pago de imposto. Eu não sabia.

Me perguntaram pra onde vai o dinheiro do imposto. Eu não sabia.

Me perguntaram se tenho orgulho de ser brasileiro. Eu não sabia.

Me perguntaram o nome do professor de meu filho. Eu não sabia.

Me perguntaram sobre a reunião de pais e mestres. Eu não sabia.

Me perguntaram o que vai acontecer com o Brasil. Eu não sabia.

Me perguntaram o que eu faço pelo Brasil. Eu não sabia.

Me perguntaram se me interesso por política. Isso eu sabia: não.

E então me perguntaram por que acho absurdo quando o Lula diz que não sabia. "Ah, sei lá!"

Virei pro lado e voltei a dormir.


LEIA MAIS
Crônicas do jornalista Luciano Pires em seu louvabilíssimo libelo anti-mediocridade
www.lucianopires.com.br

22 setembro 2006

NEURÓBICA, A "NOVA CIÊNCIA"

Tente escapar da sua época!


Entre as muitas mensagens que assombram a internet estes dias, alguém deu-se ao trabalho de dedicar dicas (sem saber se funcionam mesmo, mas mal não vão certamente causar) contra o "bandido alemão" Alzheimer. E acrescentou ainda que "não custa fazer os exercícios propostos, o hemisfério direito do cérebro vai agradecer". Assim, segue esta "ginástica para o cérebro".

"Trocar de mão para escovar os dentes é bom para o cérebro. O simples gesto de trocar de mão para escovar os dentes, contrariando a rotina e obrigando à estimulação do cérebro, é uma nova técnica para melhorar a concentração, treinando a criatividade e inteligência e, assim, realizando um exercício de Neuróbica."

É uma descoberta dentro da Neurociência, que vem revelar que o cérebro mantém a capacidade extraordinária de crescer e mudar o padrão de suas conexões. "Os autores desta descoberta, Lawrence Katz e Manning Rubin (2000), revelam que a Neuróbica — a 'aeróbica dos neurônios' — é uma nova forma de exercício cerebral projetada para manter o cérebro ágil e saudável, criando novos e diferentes padrões de atividades dos neurônios em seu cérebro."

Cerca de 80% do nosso dia-a-dia é ocupado por rotinas que, apesar de terem a vantagem de reduzir o esforço intelectual, escondem um efeito perverso: limitam o cérebro. "Para contrariar essa tendência, é necessário praticar exercícios 'cerebrais' que fazem as pessoas pensarem somente no que estão fazendo , concentrando-se na tarefa."

Então, o desafio da Neuróbica é fazer tudo aquilo que contraria as rotinas, obrigando o cérebro a um trabalho adicional. O autor da missiva convida-nos a tentar fazer um teste:

- use o relógio de pulso no braço direito;

- escove os dentes com a mão contrária à de costume;

- ande pela casa de trás para a frente (na China, o pessoal treina isso num parque);

- vista-se de olhos fechados;

- estimule o paladar, coma coisas diferentes;

- veja fotos de cabeça para baixo;

- veja as horas num espelho;

- faça um novo caminho para ir ao trabalho.

A proposta é mudar o comportamento rotineiro. Portanto tente, faça alguma coisa diferente com seu outro lado (êpa!) e estimule o seu cérebro. "Vale a pena tentar", diz o "agente neuróbico"!

Que tal começar a praticar agora, trocando o mouse de lado? Que tal começar a praticar agora, trocando o mouse de lado? Que tal começar a praticar agora, trocando o mouse de lado? Que tal começar a praticar agora, trocando o mouse de lado? Que tal começar a praticar agora, trocando o mouse de lado? Que tal começar agora... Beeeemmmm...


SAIBA TUDO SOBRE ESTA VIL AMEAÇA
www.alzheimermed.com.br

http://pt.wikipedia.org/wiki/Mal_de_Alzheimer

http://mdi.busca.uol.com.br/saude/doencas/mal_de_alzheimer/index.html

www.alzheimer.med.br/

21 setembro 2006

VISTA E COMUNIQUE

O que é mesmo a moda?!?


M de mudança, M de manifestação. Para muitos, a moda não passa de simples indumentária. Acabam não se dando conta do quanto pode a moda expressar sobre o indivíduo. Afinal, existem várias formas de declarar algo a alguém — entre elas a fala, a escrita, os gestos e uma outra possibilidade de expressão: o estilo pessoal.

A comunicação pode ocorrer de forma verbalizada ou não-verbal. A moda possibilita, através da indumentária, essa comunicação não-verbal. A partir do vestuário, você pode construir a imagem de uma pessoa, ou saber como ela é o que gosta de fazer, ou ainda apreender a visão que ela tem do mundo à sua volta, entre outras percepções.

O modismo pode ser considerado um fenômeno admiravelmente presente na sociedade, demarcando o tempo, o lugar e as pessoas dentro de uma determinada cultura. Sendo assim, a moda é que influencia a sociedade, ou ao contrário? Como exatamente é a moda considerada uma manifestação sócio-cultural?

Não é tão simples nem tão óbvio como muitos pensam: a roupa tem, sim, o poder de comunicar e influenciar a sociedade. A partir do momento em que fazemos uso de certa indumentária, adquirindo hábitos e nos transformando de diversas formas para nos ajustarmos à realidade, estamos também produzindo e respondendo aos estímulos que nos rodeiam — estamos nos comunicando fazendo uso da moda.

A roupa assume uma função distintiva, marcando aquilo que há de mais aparente: a diferença entre as camadas da sociedade. E a classe mais baixa, para tentar se igualar à mais alta, acaba tentando imitá-la, começando pela aparência. Essa reação estimula a inovação por parte da classe alta, para continuar mantendo essa distinção. A busca pelo "novo" passa a ser a meta dessas "camadas superiores", gerando movimentos circulares intermináveis.

Mas a moda não pode ser pensada apenas como uma espécie de diferenciador social, sendo, também, um indicador cultural. A sociedade acompanha a moda, que acaba sendo uma tradução da atual situação de um determinado povo, numa determinada época. Conforme o "profeta da aldeia global" Marshall McLuhan, a moda "dá conta de uma certa estruturação simbólica própria de uma determinada cultura”.

É com apoio nessas afirmações que podemos constatar que o pensamento às vezes assumido por algumas pessoas sobre a moda, de que seja algo desnecessário e fútil, é equivocado. Verificamos que a aparência pode refletir, traduzir ou simplesmente veicular idéias fortes e complexas, que a moda expressa ou provoca, em certos casos.

Quando uma determinada pessoa usa uma roupa de marca muito conhecida, de valores altos, logo a sociedade subentende que aquela pessoa tem uma situação financeira elevada. Quando um indivíduo está feliz, de bem com a vida, ele se veste de um jeito alegre. Quando está triste, insatisfeito, veste-se de forma discreta. Assim, a roupa acompanha o status social e o estado de espírito das pessoas.

Ora, as "tribos" são formadas por pessoas que têm pensamentos, ideais e comportamentos em comum. Também podemos dizer que esses grupos acabam formando "territórios", em que as pessoas são acolhidas, adquirindo segurança e um sentimento de familiaridade. A aparência, neste caso, se apresenta como um elemento agrupador, pois a moda se torna um instrumento do “reconhecer-se”.

Para representar, apresentar, manifestar algo não é preciso necessariamente só o uso das palavras. Neste caso, o visual, a comunicação não-verbal, consegue atingir esse objetivo. Portanto, nada no ramo da moda é por acaso: o uso das cores, estilos, materiais, tendências nas coleções, tudo é feito para representar alguma coisa, tem um significado.

Só que às vezes há pessoas que utilizam a indumentária para esconder, camuflar. A roupa transforma-se em escudo, defendendo um homem de outro. Serve, assim, de falsificação do “eu”, não deixando ver o que se realmente é, mas sim o que se gostaria de ser. Vai-se fabricando, desse jeito, através do vestuário, um ser ideal, objeto de desejo que supostamente irá ser bem acolhido por todos.

Enfim, a palavra "moda", com apenas quatro letras e duas sílabas, tem muita coisa a nos dizer. Antes de julgá-la de forma preconceituosa, procuremos conhecê-la melhor. Desvendemos a moda e suas peculiaridades.


CONTATE A COLUNISTA
Nayara Gusmão é jornalista e especialista em Moda & Comunicação

arayan_rosa@hotmail.com

05 setembro 2006

PELA PAZ UNIVERSAL

Conhecimento com valores humanos


A pedagogia vigente sofre os efeitos colaterais da cultura de violência, através da separatividade do saber e da fragmentação do conhecimento. Nas escolas em que nós e nossos filhos estudamos, as estruturas de construção pedagógica existem a partir de fundamentos materialistas e mecanicistas.

O modelo de escola que conhecemos e a maneira pela qual se estabelecem os métodos que organizam o saber foram pensados pelas mentes capitalistas, que constituíram um modelo de escola semelhante ao de uma fábrica, que dispõe os alunos seqüenciados em números, em séries e em compartimentos que lembram linhas de produção industrial.

Até hoje, a grande maioria das escolas ainda possui sirenes como as antigas fábricas e ainda se escutam professores dizendo “soltei os alunos” ao término das aulas, como se eles estivessem realmente presos. A linguagem pedagógica é, ainda, recheada de adjetivos da cultura de violência, refletindo a massificação do imaginário capitalista: “grade curricular”, “hora do recreio”, “autoridade do professor”, “dia de teste”, “semana de provas”, “nota baixa”, “nota alta”, são alguns dos chavões que permeiam a linguagem do cotidiano das escolas do mundo.

Os professores também são frutos desse sistema e robotizam-se na repetitividade, e sem se darem conta ocupam um papel autoritário de “detentores do conhecimento”, operando uma pedagogia impositiva que forma gente submissa, obediente e direcionada, fazendo o jogo da ideologia dominante que atua em um “espaço oculto” da escola, cujo objetivos fundamentais são a não-participação e a subserviência.

Os prejuízos colhidos ao longo do tempo são inúmeros. O resultado no longo prazo foi a produção final de uma sociedade marcada pela indiferença e omissão, fruto de uma escola que induz a competitividade e a antissocialização. Até hoje, o objetivo da escola, cantado e decantado “é a preparação do aluno e sua transformação em uma ferramenta qualificada para disputar o mercado de trabalho”. As escolas do mundo não estão preocupadas em formar seres humanos para serem melhores. As escolas preparam o homem para a vida, mas não preparam o homem para viver.

O professor tornou-se um mecanicista, um especialista apenas na sua disciplina. O enfoque disciplinar gerou a especialização e o especialista, o expert, que passou a ser o novo herói moderno. A fragmentação do saber robotizou a moderna civilização, reduzindo o homem, com o seu complexo mistério, a um conjunto de engrenagens. Os efeitos colaterais deste modelo se fazem evidentes na alienação e empobrecimento do ser, que vem resultando na construção das sociedades infelizes que compõem o mundo, fruto de uma escola que reproduz conhecimento e oferece educação sem valores humanos.

O MovPaz-Movimento Internacional pela Paz e Não-Violência desenvolve uma campanha de alfabetização em Cultura de Paz que acontece simultaneamente entre professores, alunos e diretores de escolas. O intuito é produzir o impacto de uma mudança de percepção nas estruturas educacionais, construindo uma nova abordagem que transforme a escola em um espaço de construção da Paz. Nesse sentido, educadores e estudantes aprendem ao mesmo tempo, através do Kit-Paz — um conjunto de conteúdos pedagógicos que reprogramam educadores e estudantes para estabelecerem a mudança da cultura de violência para a Cultura de Paz.

O Kit Paz reúne várias pedagogias que se integram em uma síntese denominada Educação pela Paz. Essas pedagogias aproximam as culturas do Oriente e do Ocidente, superando a fragmentação e a separatividade do conhecimento, reconstruindo a religação dos saberes e desenvolvendo o surgimento da consciência de inteireza dos educadores e dos alunos. Os conteúdos do Kit Paz estabelecem as bases fundamentais para uma educação com valores humanos. Esses conteúdos são utilizados durante a implantação da semana da Cultura de Paz que integra o programa do projeto Educação Pela Paz nas Escolas.

Quando o Kit-Paz é entregue durante a capacitação dos professores e pedagogos, elabora os primeiros elementos para construir uma educação transformadora, que pouco a pouco vai se tornando uma revolução silenciosa. São as primeiras conquistas de mudança de consciências que formarão as bases de uma nova cidadania no futuro.

Atividades nas escolas

Durante a Semana da Cultura de Paz — que antecede o Dia Municipal da Paz (que é comemorado em Fortaleza no segundo domingo de setembro), a escola se transforma em um espaço de construção da Cultura de Paz, uma vez que, ao invés das aulas ordinárias em seu lugar estabelece-se um programa onde estuda-se a Paz em três aspectos simultaneamente integrados: Paz Ambiental, Paz Social e Paz Interior.

Todo o conteúdo foi planejado para alcançar principalmente as escolas públicas, devendo se adaptar com mais facilidade às escolas particulares. Com o programa Educação Pela Paz nas Escolas, invertemos o “currículo oculto”, e substituímos o “mercado de trabalho” pela “conquista da excelência humana”. Sempre buscando a importância dos valores humanos, constrói-se assim, através da pedagogia, uma educação que ensine os seres humanos a serem mais felizes.

Ao invés da robotização mecanicista das estruturas dominantes da pedagogia vigente, a Educação Pela Paz acessa o indivíduo para que seja feita a sua transposição de “competidor do mercado de trabalho” para “construtor de soluções para o mundo”.

Quem são nossos heróis?

As escolas do mundo nos impuseram e ainda impõem aos estudantes, como condição obrigatória para recebermos o diploma de formação, a necessidade imperiosa de estudar todas as guerras, com seus componentes de degradação e horror, de morte e destruição. Contudo, nas salas de aula do mundo não se estuda, uma hora sequer, de Paz. Somos obrigados a reverenciar como heróis guerreiros matadores que venceram as mais importantes batalhas, homens e mulheres que estiveram envolvidos em conflitos revolucionários.

A cultura de violência estabeleceu que a História fosse contada pelo vencedor: por isso, o Duque de Caxias, que venceu a Guerra do Paraguai, é o Herói Patrono do Exército Brasileiro. No entanto, quando visto pelos paraguaios, Luís Alves de Lima e Silva era apenas um destemido matador de mulheres grávidas e de crianças. Assim Mem de Sá, Herói do Desbravamento Nacional, quando visto pelos índios, revela-se um dos maiores matadores de silvícolas da América do Sul.

As escolas nos fazem ainda reverenciar os heróis internacionais, como Napoleão Bonaparte, Alexandre – O Grande, os Césares e muitos outros, todos guerreiros matadores, invasores, violentos e sanguinários. A cultura de violência também se universaliza, quando prestamos atenção às letras compostas para os Hinos de todas as Nações do Mundo, que unanimemente evocam as batalhas, a dominação pela luta, o derramamento de sangue, as espadas, as mortes, as guerras.

Porque os heróis das escolas não são os homens que trabalharam pela excelência humana, os construtores da Paz, os arautos da não-violência, como Mahatma Gandhi, Albert Schweitzer, Chico Xavier, Martin Luther King Jr., Francisco de Assis, Tereza de Calcutá, Steve Biko, John Lennon, Carol Wojtyla e tantos outros que seguem desconhecidos dos cotidianos das salas de aula do mundo? O motivo fundamental é a tônica da cultura de violência, que conduz o imaginário coletivo das sociedades humanas exercendo seu poder de dominação sobre as estruturas pedagógicas das escolas do mundo.

Está provado cientificamente que ninguém nasce com um gene ou uma determinação genética para ser violento, ninguém nasce detestando outra pessoa por causa da cor de sua pele: tudo isso aprendemos pela cultura. Ora, se aprendemos a sermos violentos pela cultura de violência, também podemos aprender a ser pacíficos pela Cultura de Paz. Paz, princípio governante de todas as relações

É a cultura de violência que estabelece que o objetivo fundamental das escolas é o mercado de trabalho, cujo princípio governante são as estruturas financeiras que determinam os modelos econômicos de dominação e exploração do homem pelo homem. Quando os valores humanos forem inseridos na educação, não construiremos apenas técnicos repletos de informações no cérebro, aprimorados no intelecto, porém pobres de sentimento no coração.

A instrução puramente dita, sem ética e sem valores, se torna perigosa. O conhecimento, sem a bondade, nos deu as bombas e as armas. A educação com valores humanos molda e transforma o caráter e nos dará, no futuro, uma sociedade mais humanizada, com construções éticas de valorização pela vida. Quando a Cultura de Paz se tornar dominante, passaremos a construir as bases de uma sociedade mais feliz. Somente com uma Educação pela Paz poderemos alcançar, um dia, a condição de termos a Paz como princípio governante de todas as relações. Quando isso acontecer, faremos por este Planeta, em 10 anos, o que não conseguimos em muitos séculos.

Resgate da consciência

Dizia Mahatma Gandhi que, “para uma mente não violenta, a humanidade é uma só família”. A construção de um mundo inter-relacionado, inter-dependente, nos remete a uma nova visão de humanidade. José Martí, durante a luta pela independência de Cuba, sua pátria, declarou que sua verdadeira terra-natal era a humanidade inteira. Ele também disse que não pode haver ódio entre as raças, porque “não há raças”, ou seja, "raça" é um conceito artificialmente formado.

Foi a percepção de uma humanidade universal — a grande família humana — que também inspirou a expressão de Martin Luther King Jr., quando proferiu “eu tenho um sonho: que um dia meus filhos vivam num país onde não sejam julgados pela cor de sua pele, mas pelo valor do seu caráter”.

Na Educação pela Paz é importante realçar a noção de percepção da Terra, como a nossa grande casa. Quando todas as escolas do mundo fizerem disso uma prioridade, isso terá um grande efeito benéfico na própria vida familiar. Todos esses princípios propiciam o surgimento de um sentimento vivo, de altruísmo universal. Nasce a percepção de que cada um de nós é responsável por toda a humanidade. É preciso para isso desenvolver, a partir de nós mesmos, uma globalização da consciência, como uma constante construção.

Hoje, mais do nunca, precisamos mostrar às crianças que as distinções entre o “meu país e o seu país”, a “minha religião” e a “sua religião”, são considerações secundárias. Ao invés, devemos insistir no fato de que o “meu” direito à felicidade não deve ter mais importância do que o direito “dos outros”. Indo ainda mais além, é preciso desenvolver uma Pedagogia da Terra, a fim de que possamos traduzir em vontade a realização de uma cidadania terrena, para que também cresça e se desenvolva uma consciência planetária que resgate a identidade terrena do ser humano.

Se perguntarmos numa sala de aula, a qualquer estudante, para apontar a natureza, ele se dirigirá a uma janela e apontará para uma árvore ou uma montanha, mas nunca apontará para si mesmo. Com a cultura da separatividade, perdemos a relação com a Terra — e por nos sentirmos tão separados dela é que nos tornamos predadores. Como maus agricultores, tiramos a laranja batendo na laranjeira. Embora precisemos da Terra para a nossa subsistência, não a tratamos como fonte essencial das nossas vidas.

Com uma Pedagogia da Terra, desenvolveremos em nós a consciência de inteireza que determina a percepção de que todas as coisas estão interligadas. Foi essa lucidez que norteou a percepção de Francisco de Assis, como “homem ecológico”, o “irmão universal”. Ele viveu há 800 anos e ainda está muito à frente da humanidade. Francisco se confraternizava com tudo, religava todas as coisas, casou os céus com a Terra, as estrelas com as formigas. E o vento, o sol, a lua e o lobo eram seus irmãos, e sua vida uma síntese das mais fascinantes e generosas potencialidades do ser humano.

Paz plural versus religião singular

A percepção da paz é plural. Já a percepção religiosa nos dá a esperança de uma humanidade pacífica pela igualdade. Não corresponde à verdade, embora se apregoe religiosamente que um dia haverá um só rebanho para um só pastor. Mas enquanto tivermos religiões institucionalizadas isso nunca será possível. Somente teremos um só rebanho para um só pastor, quando a única religião da Terra for o Amor e o único pastor, Deus. Nunca teremos uma humanidade absolutamente igual, porque existem desigualdades evolutivas.

A percepção da Cultura de Paz nos remete à uma humanidade pacífica, em que o respeito às diferenças e à compreensão de que é nas diferenças que somos iguais é que contitui as bases de uma humanidade pacífica. A percepção religiosa é singular porque a religião limita, uma vez que estabelece a fronteira nos horizontes de seu partido de crença.

O Instituto do Milênio, organização Internacional da qual participam mais de 50 Prêmios Nobel de diversas áreas, estabeleceu que durante o período da "civilização" foram perpetradas por todos os povos cerca de 15 mil guerras que deixaram um doloroso rastro de horror e destruição, mais de 80% delas motivadas pela intolerância religiosa. O Século XX foi o mais sangrento de toda a História, quando mais se matou seres humanos.

Assim, o passado histórico das religiões determina que elas não tiveram competência para construir a Paz no mundo. Todas elas se subdividiram motivadas por conflitos, politizaram-se e muitas se estatizaram, produzindo segregações e divisões que deram margem à manutenção da intolerância. A Paz no mundo será o resultado de uma construção da sociedade civil organizada, que norteará seus próprios caminhos no processo de mudança da cultura de violência para a Cultura de Paz. O método eficaz para alcançarmos esse objetivo no mais curto prazo é através de uma educação que construa suas bases fundamentadas na Cultura da Paz. Paz e Não-Violência são as éticas que podem mudar o mundo.

A percepção da Paz é plural porque a Paz é absoluta, não pode ter partido, está acima das religiões, dos homens e das instituições. Paz é síntese integrada entre as diferenças, não podendo ser um resultado de uma forma de crer, que é relativa, mas sobretudo um processo sistêmico de construção interior, uma vez que não a encontraremos em nenhum lugar externo.

Isso simplesmente porque a Paz não é um ser, não é uma entidade, nenhum precipitado isolado em algum lugar, à espera de um encontro. A única Paz possível é a Paz construída e ela não está em lugar algum, a não ser dentro do próprio indivíduo. Dentro de nós mesmos.

*Este instigante símbolo foi desenvolvido em 1935 por Nikolai Konstantinovich Roerich (9/out/1874 - 13/dez/1947) . Preocupado com a paz mundial, ele criou a "Pax Cultura", em que os círculos vermelhos representam as artes, as religiões e as ciências, dentro de um círculo aberto maior que simboliza a cultura. A cor utilizada seria a do fluido que os seres humanos têm nas veias do corpo. Tudo coerente a uma ideologia de fraternidade.

Roerich foi um pintor e professor espiritual russo. Nascido em São Petersburgo, visitou, na década de 20, Nova York (EUA), aonde criou, junto com sua esposa, várias fundações de mecenato cultural e de teosofia. Educado no seio de uma família apologista da paz, interessava-se por literatura, filosofia, arqueologia e, especialmente, arte.

Roerich depois percorreu a Ásia, estabelecendo-se na Índia em 1928, país conhecido por seus líderes pacificadores e teósofos. Ali fundou o Intituto Himaláico de Arqueologia. No ano seguinte foi nomeado para o Nobel da Paz, pela Universidade de Paris.

Em 1935, recebeu a segunda nomeação. A 15 de abril assinou com os EUA o Pacto de Roerich, um antecipado instrumento de proteção às artes. Entre os seus trabalhos destaca-se Convidados ao estrangeiro, obra concebida em 1899. Roerich faleceu em Punjab, na Índia. A maioria de suas obras conserva-se hoje em museus europeus, como o Museu Nacional de Artes da Letônia.

SAIBA MAIS
http://pt.wikipedia.org/wiki/Nikolai_Konstantinovich_Roerich


PARTICIPE
2.ª Caminhada Pela Paz em Fortaleza
Domingo, 10 de setembro, a partir das 16 horas na Av. Leste-Oeste (Kartódromo), com grande encerramento musical ao lado da igreja de Sta. Edwirges. No evento, a presença dos artistas Geraldo Azevedo, Waldonys, Dorgival Dantas, Eliane Chagas, Márcia Porto e outros.

SAIBA MAIS
www.movpaz.com.br
http://www.londrinapazeando.org.br/
www.movpaz.org

CONTATE
Clóvis Nunes, coordenador do MovPaz Nacional
Tel.: (85) 8888-5533
pazpelapaz1@yahoo.com.br

TEMPERANDO O CALOR

As louras suadas


Os arqueólogos concordam em que a cerveja já era produzida há mais de 5 mil anos pelos egípcios e sumérios — quando, além de bebida, também era usada como remédio, para homenagens rituais nas cerimônias religiosas e como moeda de pagamento e de troca, bem como constituía uma importante fonte de nutrição.

A produção de cerveja envolve algumas matérias-primas fáceis de serem encontradas em todos os continentes. Significativamente, pão e cerveja são virtualmente produzidos com os mesmos ingredientes:

Água - principal componente; sua pureza é um importante determinante da qualidade final da cerveja;

Cevada – a maioria das cevadas destinadas à produção de cervejas é cultivada especialmente com este objetivo. A qualidade da cevada varia de acordo com o clima e região onde é produzida. Para ser usada na cerveja, a cevada deve ser maltada: é posta na água até iniciar sua germinação e em seguida secada em fornos, transformando-se em malte;

Trigo – algumas das cervejas mais refrescantes contêm uma proporção de trigo misturada à cevada;

Fermento – assim como o vinho, o pão, o iogurte e outros alimentos, a cerveja, para ser produzida, depende do fermento. O fermento é um micro-organismo unicelular, invisível a olho nu, que consome os açúcares do malte, convertendo-os em álcool;

Lúpulo – no passado, antes da introdução do lúpulo no processo de produção da cerveja, muitas espécies de ervas foram utilizadas para aromatizar e preservar as cervejas.

O processo de produção de cerveja passa por diversas etapas, entre as quais destacamos a fermentação, como muito importante para a qualidade do produto final. Da fermentação do açúcar contido numa fruta (como a uva), obtêm-se os vinhos. Este é um açúcar — glicose — de moléculas simples, pequenas, facilmente fermentescível com leveduras apropriadas. Já quando esta fermentação dá-se sobre os açúcares contidos em cereais (como a cevada), obtêm-se as cervejas.

Tais açúcares, chamados amidos, são moléculas complexas, bastante grandes, que precisam primeiro sofrer uma quebra, para poderem então fermentar e se transformar em álcool. No caso das cervejas, esta quebra das moléculas ocorre por um processo bioquímico — a germinação do grão — originando um produto intermediário denominado “malte”.

Resumindo, as cervejas são bebidas alcoólicas fermentadas obtidas exclusivamente a partir de malte (cevada germinada), água, fermento e lúpulo, que ao lhes ser adicionado confere um sabor amargo, equilibrando o sabor adocicado do malte.

Quanto ao processo de produção e ao tipo de fermento utilizado, as cervejas podem ser de
alta e de baixa fermentação. Alta fermentação é o processo mais antigo de seu preparo, no qual os fermentos sobem para a superfície do mosto e a fermentação acontece na temperatura entre 15ºC e 25ºC, durante um curto período de tempo (3 a 5 dias). As principais cervejas assim obtidas são as Ales, Altbier, Kolsch, Porter, Stout etc.

Baixa Fermentação é uma técnica mais recente, na qual os fermentos baixam ao fundo do mosto. Esta modalidade de fermentação tornou-se uma solução alternativa e, hoje, é a mais utilizada. Acontece em temperaturas mais baixas (6ºC a 8ºC) e o tempo de seu processo é mais longo (7 a 10 dias). São as Lager, Pilsener, Munchner, Bock, Dopple Bock etc.

A cerveja, nos seus diversos tipos e qualidades, é a bebida alcoólica mais consumida no mundo. No Brasil, país tropical, de clima quente, aprecia-se beber uma cerveja bem geladinha e de baixo teor alcoólico, entre 4% a 5%. A que mais se adapta a este paladar é a do tipo Pilsener ou Pilsen.

Esta preferência nacional fez com que a maioria de nossos fabricantes de cerveja, atendendo ao mercado, produzissem uma grande quantidade de Pilsen, além de uma pequena quantidade de Bocks e de Stouts (cerveja preta). Conclusão: o brasileiro desconhece a enorme diversidade de cervejas de boa qualidade produzidas no mundo.

A grande diferença entre o que nós chamamos de chopp e a cerveja está nos processos de conservação utilizados: o chopp, comercializado em barril, é fresco, não sofrendo nenhum processo de conservação. Por isso, tem duração muito curta e necessita ser guardado sob refrigeração. Antes do chopp ser engarrafado, se transformando em cerveja, passa, entre outros, por um processo de pasteurização que visa melhorar sua conservabilidade — evidentemente com prejuízo do paladar. Porém pode, então, ser armazenado em temperatura ambiente, por um tempo maior.

Mais recentemente, alguns produtores independentes de cerveja (entre os quais destacamos as marcas Baden-Baden de Campos do Jordão e a Eisenbahn de Blumenau), resolveram elaborar as cervejas chamadas “artesanais”. Estas novas cervejas, de muita qualidade e diferentes tipos, permitem ao consumidor brasileiro sair da rotina das Pilsens e aumentar seu prazer experimentando novos paladares e texturas.

Para que você aumente seus conhecimentos e diversifique seus prazeres no envolvente e delicioso mundo das cervejas, tenho o prazer de comunicar que, nas minhas últimas andanças por restaurantes de Fortaleza, encontrei em alguns deles (o Café Matisse, o Tilápia, o Café Pagliuca e o Jazzmin) à venda alguns tipos (8, se não me engano) das deliciosas cervejas da Eisenbahn.

Por sinal, experimentei uma deliciosíssima: a Weissenbeer, uma cerveja feita com trigo, onde desfrutei aromas e sabores complexos, inclusive o de cravo. È importante ressaltar que estas cervejas fazem excelentes harmonizações com os mais diversos e requintados pratos (há que experimentar para fazer um bom casamento, assunto para um outro papo).

Lembrando que usufruimos melhor as cervejas quando as bebemos com moderação, levantemos um brinde com uma boa cerveja. Saúde!!!


CONVIDE
O enogastrônomo Jorge Cals Coelho para degustar outros temas tão interessantes quanto este

jorge.calscoelho@gmail.com