06 maio 2008

O VENTRE LUNAR

Mistérios, segredos e ocultações


A sua alma pulsa — em sensibilidade, emoção e receptividade.

Conforta, alimenta, nutre. De tal modo que, em todos os seres da natureza, encontra-se a sua representação.

O aconchego, a proteção, a segurança: eis a mãe que (o rebento já dentro de seu ventre) fornece ao protegido carinho, consolo, dedicação. E, mesmo após seu fruto sair de seu abrigo, continua a protegê-lo — em seu leite materno, no calor de seus braços, em constantes afagos de mãe.

A Lua, no seu envolvimento de dama astrológica, é o corpo celeste simétrico ao maternal: ilumina a noite, inspira os poetas, instiga os apaixonados.

Eis nosso ponto de apoio, o caminho a percorrer quando sentir-se indefeso, desprotegido, na iminente vontade de lacrimejar.

Na infância, no processo de aprendizagem e descobrimento, a mãe se faz presente, levantando-nos no cair dos primeiros passos, colocando-nos no colo, conduzindo-nos ao seu seio quando famintos.

A partir de então, percebe-se a dependência, a necessidade da aprovação — os aplausos dos primeiros passos e das primeiras sílabas soltas ao ar.

Crescemos, tornamo-nos adultos, mas a figura materna continua patente, fazendo-se presente nos recônditos de nosso ser.

Aquela vontade de correr para os braços de nossa mãe, chorar e agarrar no sono, sabendo que ali encontra-se a real guarida.

Ao nos casarmos, acabamos por procurar no cônjuge um espelho, um reflexo daquela que representa conforto. Uns irão procurar quem lhes indique o caminho, quem os guie. Outros resistirão ao sair do seio de sua mãe, na tentativa de encontrar-se abrigados.

Enganam-se.Tornam-se filhotes indefesos, em constante necessidade de proteção.

Aprender a cortar o cordão umbilical, expressando assim a sua individualidade, torna-se vital para criar e fortalecer a responsabilidade pelo próprio caminhar.

Necessita-se estar atento, pois um dia esse corte será feito. E, na maior delonga, mais difícil se torna.




*Fábio Silva faz o seu mapa astral e perscruta os astros para você ver melhor a vida