05 março 2009

REFLEXÕES FLUIDAS

Momento pré-satoriano



Diz-se (num belo recanto do blog da Neli) que, mesmo antes de um rio cair no oceano, ele "treme de medo".

Olha para trás, tentando assenhorar-se da memória de toda a jornada que teve.

Observa os cumes das montanhas, lembra-se dos vales percorridos, do longo caminho sinuoso adivinhado através das florestas, através dos povoados — e vê à sua frente um oceano tão vasto que entrar nele nada mais parece ser do que desaparecer para sempre.

Mas não há outra maneira.

O rio não pode mais voltar.

Ninguém pode voltar.

Voltar não é possível, na existência.

Como o rio, você pode apenas ir.

O rio precisa se arriscar e entrar no oceano.

E somente quando se despeja nele é que o rio percebe que o medo desaparece, porque apenas então saberá que não se trata de, simplesmente, "sumir" no oceano.

Mas de tornar-se oceano também...



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