23 dezembro 2011

PICO DO PETRÓLEO

Perdas ainda maiores*




O geólogo norte-americano Marion King Hubbert previu, já em 1956, que a produção de petróleo alcançaria seu nível máximo quando a humanidade tivesse usado a metade das reservas mundiais até então comprovadas. Esta postura se baseia no fato de os geólogos tenderem a encontrar primeiro os poços maiores e a estes ficarem “exaustos” antes de realmente se ter extraído todo o óleo.
É possível que a oferta de petróleo tenha chegado ao seu máximo histórico em julho de 2008, e, assim, já tenhamos passado o temido teto sem que ninguém se desse conta. Isso teria sua explicação no fato de a produção de gás natural continuar aumentando e cada vez mais substituindo derivados do petróleo. As coisas seguramente vão piorar quando a extração combinada de petróleo e gás natural alcançar o máximo possível no planeta.
Depois disto, o fornecimento de hidrocarbonos começará a baixar e já não poderá atender à demanda, e os preços dispararão. Quando isso ocorrer, começará um período de depressões severas da economia, com recuperações curtas e intermitentes. A produção de alimentos também sofrerá, pois 80% de nosso consumo é produzido com a ajuda de fertilizantes nitrogenados, cujos preços dependem do valor de mercado do gás natural.
Os governos e as empresas se tornaram muito conscientes do problema e enormes quantias de dinheiro são investidas em várias soluções alternativas. Uma opção possível é expandir as reservas de gás natural acessível, com uma tecnologia conhecida como fratura hidráulica, ou fracking. A técnica consiste em bombear, sob alta pressão, dezenas de milhões de litros de água tratada quimicamente dentro de profundas formações de relativamente impermeáveis rochas sedimentares, conhecidas como "xisto". O líquido quebra estas pedras ou expande fraturas existentes, liberando os hidrocarbonos de modo que possam fluir para um poço.
Outra opção é um método conhecido como "gaseificação subterrânea do carvão", ou UCG. Neste procedimento, os veios de carvão são convertidos em syngas (gás sintético) — uma mistura de metano, hidrogênio e monóxido de carbono —, mediante a injeção de oxidantes na profundidade do solo. O conceito foi proposto originalmente por Dmitri Mendelejev, cientista russo conhecido como o "pai" da Tabela Periódica dos elementos. Os primeiros grandes projetos aconteceram no Uzbequistão na década de 1930, quando esse país integrava a União Soviética.
Nos últimos tempos, muitos governos se mostraram interessados em ressuscitar esta ideia. É fácil compreender o motivo de tanto entusiasmo. Relativamente perto da superfície há limitadas quantidades de carvão, mas as reservas situadas nas profundezas da crosta terrestre são enormes. Por exemplo, estima-se que no fundo do Mar da Noruega haja três bilhões de toneladas de carvão. Estes depósitos não podem ser explorados economicamente com os meios convencionais atuais, mas a UCG pode convertê-los em syngas. O lado negativo é que tanto o fracking como o UCG podem ser uma receita para o pior pesadelo ecológico definitivo.
Apesar de poderem multiplicar os recursos recuperáveis de combustíveis fósseis e produzir muitas vezes mais dióxido de carbono (CO²) do que outro modo, a ação combinada desta técnica teria consequências desastrosas para o clima, por que o dióxido de carbono é um gás de forte efeito estufa. Além disso, um terço do dióxido de carbono que produzimos atualmente se dissolve no oceano, como ácido carbônico. Cada vez mais cientistas afirmam que a acidificação dos oceanos poderia, no longo prazo, ser um problema mais sério do que o aquecimento global.
Outro perigo é que parte do metano produzido por fracking ou UCG vaze dos sistemas de coleta para a atmosfera. Se forem considerados tanto os impactos diretos quanto os indiretos, durante os próximos cem anos uma molécula de metano esquentará nosso planeta 33 vezes mais do que uma molécula de dióxido de carbono.
Segundo um estudo da norte-americana Cornell University, inclusive agora, até 8% do gás natural vaza para a atmosfera durante a fase de produção ou transporte ou no uso final. É razoável presumir que a UCG e o fracking produzirão perdas ainda maiores do que os métodos atuais. Então, o que podemos fazer para substituir o gás natural e o petróleo se a UCG e o fracking são muito perigosos para nosso clima e nossos oceanos?
Uma terceira opção comumente mencionada é usar o óleo do xisto e a areia betuminosa como matérias-primas para produtos substitutos do petróleo, mas isto também produziria muita emissão de dióxido de carbono. Em teoria, os carros elétricos poderiam substituir os movidos a gasolina e diesel, contudo, até agora se difundem muito lentamente e também seria praticamente impossível fabricar navios de carga ou aviões elétricos.
Isto nos deixa apenas com duas soluções realistas: com a economia e melhor eficiência energética, por um lado, e o aumento da produção de biocombustívies, por outro. Também não se deve descuidar da produção de insumos para elaborar biocombustíveis, que frequentemente exigem fortes doses de fertilizantes nitrogenados, que, por sua vez, produzem óxido nitroso, outro gás-estufa. Por isso a conversão em grande escala de áreas florestadas e turbas tropicais em plantações destinadas a esse fim constitui um risco para a biodiversidade e para o clima.
Para evitar essa ameaça se deveria apelar para a produção de biocombustíveis por meios ecológica e socialmente sustentáveis. Temos imensas superfícies de campos seriamente prejudicados pela erosão e terras de pastoreio que perderam a maior parte de seu carbono orgânico e sua fertilidade. Podem ser distribuídas a famílias de camponeses sem terras para que produzam alimentos e madeira, bem como de matérias-primas para biocombustíveis.
Este pode ser um excelente meio para resolver os problemas relacionados com a futura queda na produção de petróleo e gás de uma maneira que também propicie um sustento decente para centenas de milhões de famílias rurais.
Risto Isomaki é ativista ambiental e escritor finlandês. 
(versão publicada em envolverde.com.br)
(imagem: protesto anti-fracking. Foto by Marcellus Protest / Creative Commons)

22 dezembro 2011

HORA DO PIQUE

Tudo está na mente


Um amigo liga pra marcar um almoço. Ele é alto executivo e confessa estar tão desgastado com a empresa que não tem mais motivação para continuar. Quer partir para o seu próprio negócio e gostaria de saber se eu teria algum conselho. E lá fui eu, tentando não ser óbvio:


“É claro que você já sabe que, no momento em que deixar a empresa, perderá tudo aquilo que no contexto da sociedade faz de você uma pessoa importante: o sobrenome corporativo, o carro novo, as reuniões importantes, os baba-ovos, o poder. No lado material, essas coisas podem ser trabalhadas, dependem de sua eficiência profissional. O problema é o lado intangível, o que se passa dentro da sua cabeça.


Comece com o que eu chamo de “timeframe”: defina um prazo. Quer sair quando? Daqui a seis meses? Cinco anos? Essa primeira definição é fundamental, é ela que orientará as suas escolhas, daqui para a frente.


Outra coisa imprescindível: crie uma proteção emocional.”


Diante da expressão de curiosidade, continuei: “O que mais me incomodou desde que deixei o universo corporativo foi manter a estabilidade emocional quando eu me visse ‘desimportante’, esperando na recepção, encontrando resistência para marcar reuniões, sendo esnobado por clientes e não tendo equipes para me dar suporte. No lado financeiro, também houve um baque. Sem o salário garantido, eu teria que repensar cada investimento, não poderia dar mais à minha família certos confortos sem preocupação. Sem uma proteção emocional, essas constatações derrubam nossa autoestima, fazem com que questionemos nossa capacidade de resolver problemas, nos deixam amargos, colocam o trabalho que fazemos em xeque. Se você não se preparar emocionalmente, entrará numa espiral destrutiva, perderá o tesão de lutar por seus objetivos até chegar no inferno de qualquer empreendedor: a insegurança. É exatamente aí que a proteção emocional cumpre um papel fundamental."


E fui em frente: "Proteção emocional não se aprende na escola. É claro que você pode contar com a ajuda externa de mentores, coaches e gurus que lhe darão dicas preciosas, mas que sempre serão algo 'de fora para dentro'. A proteção emocional a que me refiro vem 'de dentro para fora', e começa com uma profunda reflexão sobre o impacto e a influência que a decisão de sair, a mudança, causará sobre você e sobre os que o rodeiam. Passa por um exercício de cenários, quando você deve mentalmente imaginar as situações que podem acontecer, praticar aquele 'e se?'. Depende de uma ideia clara de propósito: você está a serviço de quê? É também necessário conhecer muito bem as expectativas das pessoas que dependem de você e calibrá-las para a nova fase."


E o principal: "você tem que ser capaz de gerenciar suas próprias expectativas, não sonhar alto demais, não achar que todas as pessoas querem o seu sucesso e vão te ajudar. Não querem e não vão.


Resumindo: fixe o prazo para sair e construa uma proteção emocional. O resto depende só de sua eficiência profissional — e isso você tem de sobra.”


Meu amigo pagou o almoço.

                                                   *O jornalista multimídia Luciano Pires é um pioneiro pela despocotização do nosso Brasil 


SAIBA MAIS
www2.lucianopires.com.br

19 dezembro 2011

FELIZ NATAL E UM 2012 POSSÍVEL

Muita ação pela frente





É preciso falar menos. Agir mais.
Suprimir os comentários. Usar o 
pouco ar que há no ar e respirar.

07 dezembro 2011

O TEMPUS, O MORES!

A mídia ameaça?

10 Estratégias de Manipulação

Avram Noam Chomsky é um linguista, filósofo e ativista político estadunidense, professor de Linguística no Instituto de Tecnologia de Massachusetts. Seus trabalhos, combinando uma abordagem matemática dos fenómenos da linguagem com uma crítica do behaviorismo, nos quais a linguagem é conceitualizada como uma propriedade inata do cérebro/mente humanos, contribuem decisivamente para a formação da psicologia cognitiva, no domínio das ciências humanas.

Noam Chomsky desenvolveu a lista das "10 estratégias de manipulação” dos princípios sociais e econômicos, de forma a atrair o apoio inconsciente dos meios de comunicação para a manipulação.

1. A ESTRATÉGIA DA DISTRAÇÃO
O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração, que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas.
A técnica é a do dilúvio ou inundação de contínuas distrações e de informações sem importância.
A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir ao público interessar-se pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética.


"Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, atraída por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar."
(Citação do texto “Armas silenciosas para guerras tranquilas”).

2. CRIAR PROBLEMAS E DEPOIS OFERECER SOLUÇÕES:
Este método também é chamado:
PROBLEMA--> REAÇÃO--> SOLUÇÃO”.
Cria-se um problema, uma “situação” prevista para causar certa reação no público, a fim de que este seja o suplicante das medidas que se deseja fazer aceitar.
Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique a violência urbana, ou organizaratentados sangrentos, a fim de que o público seja o requerente de leis de segurança e políticas, em prejuízo da liberdade.

Problema + Reação + Solução = Publico Indefeso = ESCRAVOS
Ou também:
Criar uma crise econômica para que o povo aceite como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.


3. A ESTRATÉGIA DA GRADUALIDADE:

Para fazer que se aceite uma medida inadmissível, basta a aplicá-la gradualmente, a conta-gotas, num prazo ampliado.
Dessa forma, as novas condições impostas, as mudanças radicais são aceitas sem provocar revoltas.


4. A ESTRATÉGIA DO ADIAR:
Outra maneira de provocar a aceitação de uma decisão impopular é a de apresentá-la como “dolorosa e necessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura.
É mais fácil aceitar um sacrifício futuro que um sacrifício imediato.

Isto dá mais tempo ao cidadão para se acostumar à idéia da mudança e de aceitar com resignação quando chegar o momento.
 Primeiro, porque o esforço não é imediato. Segundo, porque a massa, ingenuamente crê que “amanhã tudo irá melhor” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado.


5. DIRIGIR-SE AO PÚBLICO COMO CRIATURAS DE POUCA IDADE:  
A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discursos, argumentos, personagens e entonações particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade, como se o espectador fosse uma criatura de pouca idade ou um deficiente mental. 


Quanto mais se tende procurar enganar o espectador, mais se tende a adotar um tom infantil. Por quê?

“Porque dirigir-se a uma pessoa como se tivesse 12 anos ou menos, tenderá, por sugestão, aadotar respostas ou reações mais infantis e desprovidas de sentido crítico”.


6. UTILIZAR O ASPECTO EMOCIONAL MUITO MAIS QUE A REFLEXÃO:
Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para gerar um "curto-circuito" na análise racional, e neutralizar o sentido critico dos indivíduos.  

Por outro lado, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou injetar idéias, desejos, medos e temores, compulsões, ou induzir a determinados comportamentos.


7. MANTER O POVO NA IGNORÂNCIA E NA MEDIOCRIDADE:
Fazer com que o público seja incapaz de compreender a tecnologia e métodos utilizados para seu controle e escravidão.

“A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distancia entre estas e as classes altas permaneçam inalterada no tempo e seja impossível alcançar uma autêntica igualdade de oportunidades para todos.”



8.ESTIMULAR O PÚBLICO A SER COMPLACENTE COM A MEDIOCRIDADE
Fazer crer ao povo que está na moda à vulgaridade, a incultura, o ser mal falado ou admirar personagens sem talento ou mérito algum, o desprezo ao intelectual, o exagero do culto ao corpo e a desvalorização do espírito de sacrifício e do esforço pessoal.
As Paniquetes.. e é bunda pra todo o lado....

9. REFORÇAR O SENTIMENTO DE CULPA PESSOAL:
Fazer crer ao individuo que ele é o único culpado de sua própria desgraça, por insuficiência de inteligência, de capacidade, de preparação ou de esforço.
Assim, em lugar de rebelar-se contra o sistema econômico e social, o individuo se desvaloriza , se culpa, gerando em si um estado depressivo, que inibe sua capacidade de reagirE sem reação, não haverá revolução.

 10. CONHECER OS INDIVÍDUOS MELHOR DO QUE ELES MESMOS SE CONHECEM:
Nos últimos 50 anos, os avanços da ciência geraram uma crescente BRECHA entre os conhecimentos do público e aqueles utilizados pelas elites dominantes. 

Graças à biologia, a neurobiologia e a psicologia aplicada, o Sistema tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto de forma física como psicológica.
"Obedeça!"
Sistema conseguiu conhecer melhor o indivíduo comum do que ele se conhece.  
Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um maior controle e poder sobre os indivíduos, superior ao que pensam que realmente tem.

Noam Chomsky Visões Alternativas 
Versão: José Mauro Rodrigues

(originalmente publicado em www.guerradassementes.com.br)






ASSIM SENDO, O QUE SERIA O QUE SE SEGUE ABAIXO?!? BOA VIAGEM!




(publicado em www.brasilindomavel.com.br)

02 dezembro 2011

VIDA SUSTENTÁVEL

Apostando no futuro possível