11 maio 2006

CORPO & COMPORTAMENTO

Confrontando a impotência sexual


Quando um homem perde a habilidade de conseguir ou manter uma ereção adequada para um intercurso sexual normal (que tenha começo, duração e término após a ejaculação), pode ser considerado impotente. As ereções — transformações naturais de volume e rigidez do pênis destinadas a facilitar o coito e a fecundação — são o resultado visível de uma complexa combinação de estímulos cerebrais, atividades dos vasos sangüíneos, funções nervosas e ações hormonais. Qualquer coisa que interfira em qualquer um destes processos pode causar a impotência.

Alguns dos fatores mais comuns ligados à impotência são: doença vascular periférica, uso de certos medicamentos, álcool em excesso e o uso do cigarro. A impotência também pode ser produzida por doenças sexualmente transmitidas e doenças crônicas, como pressão alta e diabetes. Perturbações hormonais — tais como um nível reduzido de testosterona, ou elevada produção de prolactina, bem como o hipo e o hipertioidismo — também podem causar impotência. A diabetes não controlada pode conduzir à aterosclerose (endurecimento das paredes dos vasos), com a conseqüente redução da circulação, e é considerada a principal causa da impotência.

A impotência pode ser crônica, recorrente, ou apenas um caso isolado. Há uma estimativa de que 15 milhões de brasileiros tenham se manifestado impotentes, pelo menos uma vez. Estatisticamente, a maioria dos impotentes tem mais de 40 anos (após os 60 anos, um em cada três homens é impotente), mas os jovens também podem ser afetados, principalmente os que fumam maconha.

No passado, pensava-se que a impotência era primariamente um processo de natureza psicológica. Entretanto, hoje a maioria dos especialistas acredita que 60% dos casos têm origem física. A Associação para Disfunções Sexuais Masculinas (The Association for Male Sexual Dysfunction) reconhece (de modo cientificamente comprovado) mais de 200 drogas que causam impotência. Entre as mais potentes, estão os componentes do cigarro e da maconha, seguidos de drogas antidepressivas, antihistamínicos, antihipertensivos, diuréticos, narcóticos, sedativos, inibidores da acidez estomacal e remédios para úlcera.

A aterosclerose, por reduzir a circulação do sangue, além de afetar o desempenho do coração pode também afetar o funcionamento natural do pênis. Por outro lado, a maioria das pessoas sabe que o vício de fumar e abusos alimentares ocasionam a formação de placas, que entopem as artérias e podem reduzir ou mesmo obliterar o fluxo de sangue para o coração, causando enfarte, isquemias várias e até a morte. Estas placas também podem bloquear as artérias que conduzem à genitália, interferindo com a capacidade de se obter uma ereção.

O tratamento da impotência depende de sua causa — se física ou psicológica. Um homem cuja natureza da impotência é de origem psicológica geralmente ainda tem ereções noturnas, o que não ocorre com o que sofre de impotência de causa física. Um teste barato para saber qual a causa da sua impotência é o "teste do selo postal". Para proceder a ele, basta colar uma tira de selo ou uma tirinha fina de fita gomada ao redor do pênis, antes de dormir. Se, ao acordar, o selo estiver rompido é porque a sua impotência é de natureza psicológica. Se o selo estiver intacto, as chances são de que sua impotência seja de natureza física.

O uso da infusão de algumas plantas é recomendado para facilitar o mecanismo natural da ereção. As mais conhecidas são: catuaba, damiana, essência de angustura e a salsaparilha. Esta última contém uma substância muito parecida com a testoterona. Certos (bons) hábitos também ajudam a combater a impotência: uma dieta bem balanceada sem excesso de gordura ou condimentos; evitar bebidas alcoólicas, principalmente antes de um encontro sexual; abster-se de fumar e de ficar próximo de quem está fumando, principalmente em ambiente fechado; evitar o stress e consultar um médico, pois já existem alguns remédios para a recuperação temporária da função erétil.

Já se foi o tempo em que se distinguia medo de pavor: medo é a primeira vez que você falha em dar a segunda... pavor, é a segunda vez que você falha em dar a primeira. Neste último caso, consulte um andrologista, ele pode propor uma solução mais adequada para o seu problema.


DÚVIDAS? CONTATE
O professor Franco Feitosa, MS e PhD em Bioquímica e Nutrição Humana e Post-Doctor em Química Fisiológica pela Universidade do Arizona (USA), está acessível em:

drfeitosa@yahoo.com

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